Goiás investe na alfabetização de crianças, jovens e adultos

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) indicam que, em 2019, 11 milhões de pessoas com 15 anos de idade ou mais eram analfabetas no Brasil. Esse total, que correspondente a 6,6% da população, demonstra que a erradicação do analfabetismo continua sendo um dos principais desafios da Educação brasileira.

Movidos pelas metas do Plano Nacional de Educação (Lei nº13.005/2014), estados e municípios têm buscado estratégias para garantir a alfabetização na idade certa e combater o analfabetismo entre crianças, jovens e adultos.

Em Goiás, o governo estadual tem investido em programas que possibilitam o acesso de jovens, adultos e idosos a turmas de alfabetização e que estreitam a atuação com os municípios, responsáveis pelas primeiras etapas da Educação Básica.

Alfabetização na idade certa

Em agosto deste ano, o governador Ronaldo Caiado sancionou a lei de criação do Programa em Regime de Colaboração pela Criança Alfabetizada, o AlfaMais Goiás.

Desenvolvido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), o programa AlfaMais Goiás visa a redução dos índices de alfabetização incompleta e letramento insuficiente entre as crianças matriculadas nas redes públicas de ensino. Também objetiva assegurar a alfabetização completa nos anos iniciais da Educação Básica.

Para que isso seja possível, Estado e municípios trabalharão juntos na execução de ações voltadas a professores e estudantes da Educação Infantil e 1º, 2º e 5º anos do Ensino Fundamental.

Ao Governo de Goiás caberá a disponibilização de recursos técnicos e financeiros para a execução do programa.

Prefeituras serão responsáveis pela adesão e pela implementação das iniciativas.  A previsão é de que, após a implementação do AlfaMais Goiás nas escolas, cerca de 200 mil estudantes e 8 mil profissionais da Educação nos 246 municípios goianos sejam impactados.

Ações do AlfaMais

As primeiras ações do AlfaMais Goiás, que deve ser lançado oficialmente em novembro deste ano, começaram a ser executadas pela Seduc nos meses de junho e agosto deste ano. Por meio da transmissão de webinários formativos, as equipes têm abordado temáticas relacionadas aos desafios e perspectivas da Alfabetização em Goiás e possibilitado a formação de educadores e alfabetizadores da rede pública de ensino.

As avaliações de fluência em leitura, previstas pelo AlfaMais Goiás, também já estão sendo aplicadas em alunos das redes estadual e municipal de Educação. Por meio de um aplicativo, desenvolvido pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF), cerca de 70 mil estudantes terão seu nível de leitura e escrita avaliados até o próximo dia 10 de setembro.

De acordo com a gerente de Educação Infantil e Ensino Fundamental/Anos Iniciais da Seduc, Carla Mendonça, a avaliação vai trazer para os municípios um diagnóstico de como as crianças estão, como elas voltaram das aulas não presenciais, possibilitando que a equipe pedagógica do município já comece a desenvolver ações, para quando o programa AlfaMais chegar, o professor já saber onde trabalhar de forma pontual a aprendizagem das crianças.

Alfabetização de jovens e adultos

Visando garantir a alfabetização de jovens, adultos e idosos em situação de vulnerabilidade em Goiás, o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Educação e Gabinete de Políticas Sociais, desenvolveu o projeto Alfabetização e Família.

A ação visa alfabetizar jovens, adultos e idosos em situação de vulnerabilidade social que não tiveram chance de aprender a ler, escrever e a fazer cálculos básicos. A meta é alfabetizar pessoas para que elas tenham condições de ingressar em turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e, dessa forma, concluir a Educação Básica.

Segundo a superintendente de Modalidades e Temáticas Especiais da Seduc, Núbia Rejaine, a ideia é alfabetizar os estudantes destas faixas etárias enxergando a alfabetização como algo que vai além da simples decodificação dos códigos linguísticos. “É ensinar dentro de um contexto. Se o aluno traz a palavra milho, mandioca, arroz, feijão, couve, eu vou pegar essas palavras e colocar dentro de um contexto da vida real, do contexto social”, afirmou a superintendente.

Dentro do projeto, a formação dos jovens, adultos e idosos contemplados pelo programa é feita em pequenos agrupamentos, com professores voluntários ou da rede pública estadual. Na semana passado, novos 66 educadores participaram de uma formação na Seduc, em Goiânia, e devem começar a atuar na formação de novas turmas.

Até o momento, 180 alunos estão matriculados no projeto. As primeiras turmas já foram formadas nos municípios de Americano do Brasil e Cavalcante e novas turmas devem alfabetizar jovens, adultos e crianças de outros oito municípios goianos até o final deste ano.

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