Cristalina e Rio Verde lideram produção agrícola no Brasil

Dois municípios goianos estão entre os dez maiores em valor de produção (VP) no Brasil. Segundo a pesquisa de Produção Agrícola Municipal (PAM), Cristalina (com R$ 3,44 bilhões) e Rio Verde (com R$ 3,32 bilhões) ocupam a sétima e a nona posição, respectivamente, no ranking nacional.

Os dados divulgados nesta quarta-feira (22/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são referentes a 2020 (confira abaixo). Entre os estados, Goiás aparece na sexta posição em VP agrícola total e em quarto em VP de grãos. No cômputo geral, a pesquisa aponta um segundo recorde anual consecutivo do país em valor de produção, chegando a R$ 470,5 bilhões — crescimento de 30,4% em relação a 2019.

Principal destaque goiano, Cristalina aparece entre os dez municípios com maiores valores de produção em nada menos que seis dos itens pesquisados. Em dois deles, alho (R$ 520 milhões) e cebola (R$ 353,5 milhões), lidera os rankings. Os demais são tomate (R$ 350 milhões), em que ocupa o segundo lugar entre os municípios com maiores valores de produção; sorgo (R$ 41,8 milhões), em terceiro; batata inglesa (R$ 285 milhões), em quarto; e feijão (R$ 134,8 milhões), em sétimo.

No caso do sorgo, vale destacar que Goiás domina o ranking com cinco municípios entre aqueles com maiores valores de produção. O primeiro é Rio Verde (R$ 75,3 milhões). Goiatuba vem em segundo (R$ 48,4 milhões). Além de Cristalina em terceiro, a lista tem Paraúna em quarto (R$ 39 milhões) e Acreúna em nono (R$ 28 milhões).

Rio Verde também mostra força no milho, com o terceiro maior valor de produção (R$ 1,31 bilhão), e na soja, com o sétimo (R$ 1,63 bilhão). Ainda no caso do milho, Jataí aparece em sexto (R$ 1,03 bilhão). Quirinópolis ocupa a quinta posição no de cana-de-açúcar (R$ 539,1 milhões). Uruana está em segundo em melancia (R$ 115,2 milhões). Voltando ao alho, Água Fria de Goiás aparece na sétima posição no ranking nacional de municípios em valor de produção (R$ 38 milhões). Itapuranga ocupa a quarta posição no palmito (R$ 10,9 milhões). Já Cidade Ocidental lidera o ranking nacional de valor de produção de marmelo (R$ 1,4 milhão).

O desempenho do Estado no ranking de VP do girassol é ainda mais impressionante. Entre os dez maiores valores de produção, municípios goianos ocupam seis posições. O mais bem colocado, Catalão, está na quarta posição (R$ 5 milhões). Em seguida, vêm Ipameri em quinto (R$ 3,8 milhões), Piracanjuba em sexto (R$ 3,6 milhões), Caldas Novas em sétimo (R$ 3 milhões), Silvânia em oitavo (R$ 2,8 milhões) e Vianópolis em nono (R$ 2,6 mihões).

“Goiás mostra um desempenho robusto, com 17 municípios nos rankings de dez maiores valores de produção”, destaca o titular da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Tiago Mendonça. O secretário pontua que os dados de 2020 compilados pelo IBGE colocam Goiás como terceiro maior produtor nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas, com 26,6 milhões de toneladas, o que representa 10,4% da produção nacional.

“É um resultado importante que só comprova a competência do produtor goiano e a importância da união de esforços. O Governo de Goiás está fazendo a sua parte, facilitando e pulverizando o crédito, promovendo a assistência técnica, fomentando as cadeias produtivas e proporcionando condições de infraestrutura. Mas esse é um trabalho a muitas mãos, que envolve governos, entidades, empresas e, principalmente, o produtor que está lá no campo tomando chuva e sol para fazer acontecer. Quando todos caminham na mesma direção chegamos mais longe”, afirma.

Nacional
De acordo com o IBGE, uma conjunção de fatores ajuda a explicar o segundo recorde consecutivo brasileiro em valor de produção: 2020 ficou marcado por clima favorável e preços elevados num ano atípico que teve pandemia global de Covid-19 provocando crise econômica, corrida por alimentos, aumento do isolamento social (menos deslocamentos), elevada variação cambial e condições climáticas favoráveis na maior parte do Brasil. Nestas condições, o VP nacional cresceu 30,4%, chegando a R$ 470,5 bilhões.

A soja deu uma contribuição importante para o resultado. A produção total da oleaginosa no país foi de 121,8 milhões de toneladas, alta de 6,5%. Em valor de produção, a cultura cresceu 35%, atingindo R$ 169,1 bilhões (35,9% do total nacional). Com estes números, a soja se manteve como principal produto da pauta brasileira de exportações. A produção nacional mais uma vez superou a produção americana, e o Brasil permaneceu como maior produtor mundial do grão.

Nacionalmente, a soja responde por 35,9% do valor da produção agrícola. Na sequência estão milho, 15,7%; cana, 12,9%; café 5,8%; algodão herbáceo, 4,1%; arroz, 2,5%; mandioca, 2,3%; laranja, 2,3%; feijão em grão, 2,3%; banana, 1,8%; e outros, 14,3%.

SAIBA MAIS
Ranking nacional de municípios com maior valor de produção total em 2020, segundo a PAM/IBGE

1º – Sorriso (MT), com R$ 5,34 bilhões
2º – São Desidério (BA), com R$ 4,60 bilhões
3º – Sapezal (MT), com R$ 4,28 bilhões
4º – Campo Novo do Parecis (MT), com R$ 3,79 bilhões
5º – Formosa do Rio Preto (BA), com R$ 3,74 bilhões
6º – Nova Ubiratã (MT), com R$ 3,47 bilhões
7º – Cristalina (GO), com R$ 3,44 bilhões
8º – Maracaju (MS), com R$ 3,37 bilhões
9º – Rio Verde (GO), com R$ 3,32 bilhões
10º – Nova Mutum (MT), com R$ 3,22 bilhões

O que é a PAM

A Produção Agrícola Municipal (PAM) é uma pesquisa anual que engloba 64 itens (31 de culturas temporárias e 33 de culturas permanentes) com grande importância econômica e social. Os resultados são divididos por municípios, microrregiões, mesorregiões, unidades da federação (Estados e Distrito Federal) e grandes regiões. Iniciada pelo Ministério da Agricultura em 1938, a PAM é conduzida hoje integralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir de dados consolidados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA).

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