O governador Ronaldo Caiado fez a abertura da 1ª Festa do Pequi, realizada pela Centrais de Abastecimento de Goiás (Ceasa Goiás), nesta quinta-feira (25). O evento tem como objetivo ressaltar a importância do fruto para a economia regional, bem como o protagonismo do entreposto de Goiânia, que é o campeão nacional de vendas.
“O pequi tem tudo a ver conosco. Você vê o goiano, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, todos nós temos esse hábito de comer pequi”, disse o governador, que enalteceu a relevância do produto nativo do Cerrado para o goiano do ponto de vista cultural, histórico e nutricional. “É um título que ninguém tira do nosso Estado de Goiás”, completou.
Goiás é o 2º maior extrator de pequi do Brasil e a atividade está em crescimento nos últimos anos. Somente na safra de 2019/2020 foram 2,58 mil toneladas, um aumento de 10,4% em relação ao período anterior. Neste ano, de janeiro a outubro, a Ceasa de Goiânia já comercializou 5,100 mil toneladas do fruto, alta de 66,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
“Era necessário identificarmos uma data para reverenciar o pequi aqui no Estado de Goiás. Esse fruto tão amado pelos goianos e tão disputado. É a culinária maravilhosa que Goiás tem”, afirmou o presidente da Ceasa Goiás, Lineu Olímpio. Segundo ele, na comercialização de pequi nos primeiros três meses da safra – setembro, outubro e novembro – deste ano, já houve uma movimentação econômica superior a R$ 5,7 milhões, em relação ao ano passado. A expectativa é de bater recorde com a safra 2021/2022.
A 1ª Festa do Pequi contou com série de atividades, desde o descerramento de placa que marca a realização do evento até apresentações culturais, com participação da folia de reis de Petrolina e da Orquestra de Violeiros de Goiás. Também foram distribuídas milhares de refeições, todas feitas a partir do fruto.
Biodigestor
Durante a solenidade, Caiado assinou protocolo de intenção para aquisição e implantação de sistema de tratamento de resíduos orgânicos no local, com a viabilização de um biodigestor para a produção de biogás e biometano (gás natural de origem renovável). A ação envolve a Secretaria-Geral do Governo, Secretaria de Desenvolvimento Social, Ceasa e a Agência Goiana de Gás Canalizado S/A (Goiasgás).
O objetivo é gerar biogás, o biometano (gás natural) e biofertilizante, reduzir gastos e impacto ambiental com manejo de resíduos. “Estamos desenvolvendo aqui um projeto de biodigestores. Teremos um potencial enorme de aproveitamento da casca, na produção de óleo. É uma das maiores oleaginosas que temos. Tudo isso é para mostrar o quanto o pequi deve ser preservado”, afirmou Caiado.
“Nenhum governador fez o que o senhor está fazendo aqui hoje, isso vai ficar marcado na história e coloca a Ceasa de Goiás como sendo a primeira no Brasil a ter um biodigestor e a tratar o seu lixo e resíduo”, disse Lineu Olímpio.
O secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, apontou os avanços com a instalação do sistema. “Produz energia, gás natural, reduz custo, protege o meio ambiente e usa a tecnologia para fazer todo esse ciclo de sustentabilidade e proteção ambiental, desenvolvimento tecnológico e uma energia limpa. É o que tem de mais moderno”, apontou.
Curiosidades sobre o pequi
Além de ser a fonte de renda para muitas famílias goianas que trabalham com produção rural, o fruto tem sido explorado sob outros aspectos. A Emater lidera pesquisa sobre uma variedade de pequi sem espinho. O trabalho está em processo de registro junto ao Ministério da Agricultura para lançamento à sociedade. A expectativa é de que a espécie gere mais renda para a agricultura familiar e fomente o turismo gastronômico.
O trabalho é voltado, ainda, para obter produtividade em prazos mais curtos. “Estamos desenvolvendo alguns materiais genéticos bem mais precoces, que o produtor poderá colher seu pequi com cinco anos, três anos, ou até antes”, disse o presidente da Emater, Pedro Leonardo, ao citar que, normalmente, o pequizeiro pode demorar até dez anos para ter a primeira safra.
A Emater também possui o maior banco de germoplasma de pequi no mundo, que conta com mil pés do fruto. Essa ação é cultivada há duas décadas, em meio ao temor do desaparecimento da espécie. Na prática, a área localizada na Estação Experimental Nativas do Cerrado, em Goiânia, funciona como guardiã desse patrimônio natural que está na lista de plantas da flora brasileira ameaçadas de extinção.
Presenças
Estiveram presentes na 1ª Festa do Pequi da Ceasa Goiás os secretários de Estado, Tiago Mendonça (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Ernesto Roller (Governo); os presidentes José Essado (Agência Goiana de Defesa Agropecuária – Agrodefesa), Marcelo Alves (Agência Goiana de Gás Canalizado S/A – Goiás Gás), Marcos Roberto Silva (Departamento Estadual de Trânsito de Goiás – Detran), Fabrício Amaral (Agência Estadual de Turismo – Goiás Turismo), Renato de Castro (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás – Codego), Reginaldo Júnior (Agência Brasil Central); os assessores especiais da governadoria, José de Sousa Cunha e Rogério Carlos Troncoso Chaves; o presidente da Junta Comercial do Estado de Goiás, Euclides Barbo; o ex-deputado Ricardo Yano; os vereadores Dr. Gian, Geverson Abel e Leandro Sena.
Estiveram ainda os prefeitos Haroldo Naves (Campos Verdes), Paulo Vitor Avelar (Jaraguá), Fred Vidigal (Rialma) e Ulisses Alves (Santa Rosa); presidente da União de Atacadistas e Produtores de Hortifrutigranjeiros do Estado de Goiás (Uniap), Orlando Tokio Kumagai; o comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar do Estado de Goiás, tenente-coronel Daniel Vinícius Toledo; diretores e servidores da Ceasa, produtores rurais e comerciantes.
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