O Governo de Goiás, por meio da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), convocou ao longo deste ano de 2021, 500 policiais penais que passaram a compor o quadro de servidores da instituição. O novo efetivo foi aprovado no primeiro concurso público realizado na gestão do governador Ronaldo Caiado.
Agora, a DGAP finaliza o ano com 4.304 servidores. Os novos policiais representam um aumento de mais de 10% no efetivo do órgão. A convocação dos aprovados foi escalonada para que todos cumprissem os procedimentos de formação de forma segura, respeitando as medidas de prevenção e combate à pandemia causada pelo novo coronavírus.
O diretor-geral de Administração Penitenciária, Josimar Pires, ressalta que os resultados positivos da Polícia Penal são o reflexo do trabalho de todos os servidores. “O sistema penitenciário goiano hoje é um dos melhores do país devido à união de esforços de todos os policiais penais, vigilantes penitenciários, comissionados e profissionais cedidos por outros órgãos”.
Diante das dificuldades da carreira, o diretor adjunto Aristóteles El Assal orienta que os novos policiais devem enfrentar os desafios com determinação. “As dificuldades fazem parte da profissão, mas o companheirismo e a união de todos fazem com que cada momento vire parte da história que cada profissional escreve dentro da DGAP. Um guerreiro da segurança pública nunca anda sozinho”, pondera.
O superintendente de Segurança Penitenciária, Leopoldo Castro, conta que durante o curso, os novos policiais penais demonstraram ter as habilidades necessárias para a carreira. “Os novos policiais demonstraram ter resiliência, resistência e discernimento. Eles compartilharão da mesma honra, integridade, lealdade, respeito, dedicação, honestidade, igualdade e dedicação. Valores institucionais que garantem os pilares do sistema penitenciário goiano: gestão, reintegração social e segurança penitenciária”, defende.
Sangue novo
O certame para contratação dos policiais penais contou com 54.563 inscritos. Os candidatos fizeram as provas no dia 24 de novembro de 2019, para lotação nas nove coordenações regionais prisionais do Estado. “Foi um concurso público bem concorrido, que exigiu extrema preparação e dedicação. Com certeza abrimos mão de vários momentos de nossas vidas, mas ver o nome no Diário Oficial é uma sensação de dever cumprido. Todo o esforço valeu a pena”, lembra Itallo Henrique Pereira, ao comentar sobre o processo de preparação para a prova e expectativa para sua posse.
A policial penal Taciane Leite, que foi aprovada nesse último concurso, comenta que está honrada em ingressar na Polícia Penal e trabalhar ao lado dos servidores penitenciários, que dedicam seu tempo e expertise para combater o crime, em situações carcerárias que muitas vezes colocam em risco a própria vida. “Quando ingressamos na carreira sabemos que toda atividade possui seus prós e contras, seus riscos e benefícios, devemos estar preparados para exercer a função na linha de frente com eficiência. Ações que em paralelo garantem que o detento cumpra de forma digna a pena determinada”, reitera.
Marcela Inácio, policial penal formanda da sexta turma, lembra que os aprovados passaram por um período de insegurança porque a convocação deles coincidiu com o início da pandemia. “As incertezas fizeram com que a espera pela nomeação fosse um pouco complexa. O desgasta emocionalmente gera ansiedade, sobretudo porque bem na época da nossa nomeação surgiu a Covid-19, o que tornou o mundo extremamente caótico e isso naturalmente refletiu negativamente no processo de chamamento”, conta.
Depois do período mais crítico da pandemia, os profissionais de diversas áreas da DGAP colaboraram para que as convocações fossem realizadas com segurança. “Hoje vejo que foi no melhor tempo possível e olho com gratidão para o que passou. Não tem como fazer uma preparação psicológica, porque não é algo que depende de você, o segredo é confiar que você já fez sua parte e esperar que as coisas aconteçam”, disse Marcela Inácio.
Curso de formação
Para assumir suas funções, os novos policiais penais precisam concluir o Curso de Formação da Polícia Penal. Os aprovados foram convocados e divididos em turmas de 50 alunos para fazer o curso, cumprindo o distanciamento e os protocolos de segurança e prevenção à Covid-19. Todos já concluíram a parte teórica da formação e as aulas práticas estão sendo ministradas para a 8ª turma. Os alunos das sete primeiras turmas já estão trabalhando em seus respectivos postos de trabalho.
O curso de formação é composto por 436 horas de aulas teóricas e práticas estabelecidas pela Escola Superior de Polícia Penal (ESPP). “As aulas foram instruídas por policiais penais qualificados, além de oficinas e palestras realizadas pelo Judiciário, Defensoria Pública e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O curso tem instruções com base nos direitos humanos e políticas penitenciárias, qualidade de vida e saúde mental, inteligência penitenciária e Lei de Abuso de Autoridade”, explica o gerente de ensino Leyber Alves.
Samuel Freire, um dos novos integrantes da carreira, ressalta a importância de adquirir conhecimentos práticos e teóricos durante o curso de formação que gera uma expectativa positiva para as atividades dentro das unidades prisionais goianas. “Este momento é muito importante, pois o curso de aptidão ressalta a excelência nos trabalhos realizados. Tivemos um bom aprendizado, adquirimos o conhecimento que tínhamos de aprender e estamos aqui para servir a população”.
Marcela Inácio conta que o curso foi um divisor de águas no quesito qualificação de novos policiais. “Houve a construção de uma grade diversificada e direcionada ao trabalho do policial, em todas as vertentes, o que facilita muito na formação de um profissional mais bem preparado para as missões que irá encontrar no decorrer da carreira”, disse. “Principalmente o curso prático, que contou com profissionais extremamente gabaritados e qualificados, respeitosos e dedicados, com destaque para o coordenador do curso, Sérgio Izaías, e para os instrutores Alexandre Augusto, Clarimundo Sérgio e Maicon Bispo, que representando todos os demais professores, fizeram um trabalho incrível, trazendo muito mais que conhecimento, mas experiências e trocas imprescindíveis para uma formação completa. Eles se tornaram exemplos para todos os formandos”, reitera Marcela.
Formaturas
A formatura da primeira turma do Curso de Formação de Policiais Penais 2021 ocorreu em março, quando os convocados concluíram o curso tanto da parte teórica quanto da parte prática, na base do Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (GOPE). “Para garantir as medidas de segurança e combate à pandemia, realizamos uma formatura segura e restrita. Cada novo servidor foi recebido de forma carinhosa, ressaltando que a partir daquela data todos integravam uma força policial com valores, que trabalha diariamente para garantir a segurança pública”, ressalta o chefe da Seção de Ensino Operacional, Sérgio Izaías.
As demais formaturas ocorreram na sede administrativa da DGAP e foram prestigiadas por servidores penitenciários, policiais penais de grupos especializados, coordenadores regionais, gerentes e superintendentes da DGAP, representantes das forças coirmãs, do Poder Judiciário, da OAB e outras autoridades.
A formatura da segunda turma, por exemplo, contou com a presença do secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, e do desembargador Anderson Máximo. Já a cerimônia da sétima turma foi marcada pela empolgação, o que motivou ainda mais os companheiros da nona turma. “O caminho para a conclusão do curso de formação é cansativo, mas chegar ao final e começar a trabalhar ao lado de amigos, que passam a ser nossa segunda família, tem um valor inestimável”, ressalta o policial penal Itallo Henrique.
Presença feminina
No edital do concurso ficou determinado que 10% das vagas seriam ocupadas por mulheres, que seriam lotadas na Região Metropolitana de Goiânia, Norte, Sudeste, Sudoeste, Noroeste, Nordeste e Centro-Oeste do Estado.
As policiais penais Marcela Inácio e Taciane Leite foram aprovadas dentro destas vagas e já executam suas atividades profissionais no sistema penitenciário. Marcela atualmente está cumprindo ordem de missão na Gerência de Compras Governamentais e Taciane exerce suas funções na Unidade Prisional Regional de Edeia.
A reserva de vagas destinadas para as mulheres é reflexo do interesse e motivação delas em integrar as forças de segurança pública. “Tenho muito orgulho de pertencer ao grupo de mulheres que trabalha pela evolução da Polícia Penal. Não encontro qualquer dificuldade em trabalhar em um meio onde a maioria dos servidores são homens”, disse Taciane.
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