Um homem que estava na lista de procurados pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), desde 2019, foi preso pelas equipes do Grupamento de Intervenções Rápidas Ostensivas (Giro), da Polícia Militar de Goiás, na noite desta quarta-feira (29/12), no Setor Alto da Glória, em Goiânia. Ele é investigado por cometer crimes contra o sistema financeiro internacional. Estima-se que tenham gerado prejuízo bilionário.
“Não agimos só com bandido pé de chinelo. Bandido grã-fino não se cria no Estado de Goiás. Aqui ele cai também, tenha o status que tiver. Nossa tropa tem total liberdade para agir”, destaca o governador Ronaldo Caiado.
“A vocês meus aplausos e meu reconhecimento”, diz o governador. Nada é mais honroso do que caminhar nesse Brasil e receber homenagens que deveriam ser feitas a cada um de vocês que me emprestam esse prestígio ao agirem com determinação e garra”, pontua.
O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, ressaltou a produtividade em alta das forças de segurança do estado. “A prisão de um criminoso procurado no mundo todo mostra a eficiência da polícia do Estado e o compromisso de combater incessantemente a criminalidade”, enaltece o chefe da pasta. “Nossas forças de segurança têm mantido um combate eficiente e sem tréguas à criminalidade e um cuidado todo especial e proteção para nossa população de bem”, acrescenta.
Ocorrência
De acordo com o tenente-coronel Raimundo Coelho Pinto Júnior, comandante do Giro, as equipes da especializada começaram a monitorar o indivíduo assim que receberam a informação de que um homem sul-africano, que havia aplicado diversos golpes contra sistema financeiro, estaria escondido em Goiânia. “Nossos policiais começaram a fazer um levantamento criterioso do suspeito e depois de um trabalho intenso realizado durante aproximadamente um mês, foi possível identificar e abordar o sujeito”, explica.
No momento da abordagem, os PMs contam que o homem apresentou documentação falsa. “A Polícia Federal e a Interpol [unidade de Brasília] já estavam cientes do nosso levantamento. Assim que realizamos a abordagem, o sujeito foi apresentado à Superintendência da PF para o cumprimento do mandado de prisão internacional e autuação pelo crime de uso de documento falso”, acrescenta o tenente-coronel Júnior.
Contexto
De acordo com a troca de informações com a Interpol e a Polícia Federal, em 2019, o investigado fundou a empresa Trading International (MTI) com sede na África do Sul. A empresa com a fachada de trade prometia lucros aos clientes de até 10 por cento, o que, segundo a investigação, é impraticável em qualquer sistema financeiro mundial. Foi identificado que a empresa se tratava de um esquema de pirâmide que utilizava criptomoedas, que, segundo alguns dados, pode ter gerado prejuízo bilionário a mais de 170 mil clientes.
Relatos repassados a Interpol mostram que em um determinado momento os clientes passaram a não conseguir realizar os saques dos capitais adquiridos e isso motivou a investigação da empresa por parte da polícia da África do Sul. Assim que começaram a realizar o levantamento de informações, perceberam que o diretor, que também é o fundador da empresa, havia desaparecido com mais de 22 mil Bitcoins dos clientes da Trading International. De acordo com as investigações, o preço de um Bitcoin pode valer entre R$ 270 mil e R$ 300 mil. A ação do sujeito colocou em grave risco o Sistema Financeiro Sul-africano. Nesse contexto, o homem passou a ser investigado e procurado pela Interpol.
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