O médico Wilton Pereira dos Santos realizou uma palestra sobre hanseníase para o público interno da Policlínica Estadual da Região Sudoeste – Quirinópolis. O profissional abordou aspectos gerais da doença, de causa infectocontagiosa, gerada por um bacilo capaz de infectar grande número de indivíduos, embora poucos adoeçam.
A hanseníase é uma das mais antigas doenças que acomete o homem. No entanto, há mais de 20 anos existe tratamento capaz de curar a totalidade dos casos. “O Mycobacterium leprae é um parasita intracelular bacilo álcool-ácido resistente. É a única espécie de micobactéria que infecta nervos periféricos, especificamente as células de Schwann. Este bacilo não cresce em meios de cultura artificiais, ou seja, não é cultivável in vitro. O alto potencial incapacitante da hanseníase está diretamente relacionado ao poder imunogênico do M. leprae”, explica Wilton.
O médico ressalta que o homem é reconhecido como a única fonte de infecção da doença. “A transmissão se dá por meio de uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença, sem tratamento, que elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas suscetíveis’, afirma.
Estima-se que 90% da população tenha defesa natural que confere imunidade contra a doença. “Familiares de pessoas com hanseníase possuem chances maiores de adoecer. A principal via de eliminação do bacilo pelo doente, e a mais provável via de entrada deste no organismo, são as vias aéreas superiores. Por isso, o domicílio é apontado como importante espaço de transmissão da doença”, destaca o palestrante.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da hanseníase é essencialmente clínico e epidemiológico, realizado por meio da análise da história e condições de vida do paciente, além do exame dermatoneurológico, para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas.
Os casos com suspeita de comprometimento neural, sem lesão cutânea, e aqueles que apresentam área com alteração sensitiva e/ou autonômica duvidosa e sem lesão cutânea evidente deverão ser encaminhados às unidades de saúde de maior complexidade, para confirmação diagnóstica. Em crianças, o diagnóstico da hanseníase exige exame mais criterioso, diante da dificuldade de aplicação e interpretação dos testes de sensibilidade.
O tratamento medicamentoso da hanseníase envolve a associação de três antimicrobianos: rifampicina, dapsona e clofazimina. Essa associação é denominada Poliquimioterapia Única (PQT-U) e está disponível nas apresentações adulto e infantil, de forma gratuita e exclusiva no Sistema Único de Saúde – SUS.
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