Amigos do policial federal Lucas Valença, conhecido como “hipster da Federal”, tentaram levá-lo para clínica por causa de um surto psicótico que ele teve e o ajudaram por 12 horas antes de ele ser morto com um tiro na barriga, em uma casa da zona rural de Buritinópolis, no nordeste goiano. A conclusão do inquérito foi apresentada nesta quarta-feira (13) pela Polícia Civil, que concluiu que o autor do tiro agiu em legítima defesa.
“Ele [Lucas Valença] teria feito ameaças de morte, saído do carro, corrido pela rodovia, e eles tentaram [ajudá-lo], mas viram que não tinham outra escolha se não atender o pedido dele, que era de voltar para a chácara”, explicou o delegado.
Lucas morreu na noite de 2 de março de 2022. Ele ficou conhecido nacionalmente após escoltar o então deputado federal cassado Eduardo Cunha, em Brasília, e chamar a atenção pela postura e a aparência física.
O autor do disparo foi indiciado por posse ilegal de arma de fogo e responde em liberdade, após ser preso em flagrante, pagar fiança e ser liberado em seguida. A investigação apontou que ele avisou Lucas que estava armado e iria atirar, mas mesmo assim, o policial invadiu a casa.
Também de acordo com o delegado, Lucas tinha uma submetralhadora e duas pistolas, que foram tiradas dele pelos amigos policiais quando chegaram, por volta de 14h. Logo antes, Lucas atirou algumas vezes no chão antes de entregar a submetralhadora.
Rodrigues disse que a família não explicou se ele estava ou não tomando algum medicamento e se tinha acompanhamento de algum psiquiatra. A psicóloga de Lucas, segundo o delegado, também preferiu não dar detalhes sobre o tratamento.
Surto psicótico
As investigações apontaram que Lucas estava na chácara da família quando um cachorro que ele havia adotado há pouco tempo e o cão que já morava na propriedade se desentenderam.
De acordo com o delegado, para separá-los, Lucas acabou chutando o segundo animal. Esse teria sido o início do surto de agressividade do policial.
Depois disso, Lucas teria danificado a casa da chácara da família de várias formas. Entre elas, cravando um canivete através de um coração feito de espuma a uma porta.
“A mãe dele tinha voltado para a casa em que mora em Brasília e ele estava com o padrasto, que chamou os amigos de Lucas da Polícia Civil para ajudar”, completou o delegado Alex Rodrigues.