De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatra, em cada mil bebês nascidos vivos, de oito a dez podem apresentar malformações congênitas e, desses, dois podem apresentar cardiopatias graves, em que há a necessidade de intervenção médica o mais rápido possível.
Para um diagnóstico precoce é necessário a realização do exame de oximetria de pulso, mais conhecido como “teste do coraçãozinho”, que faz parte dos testes de triagem neonatal obrigatórios, em todo o Sistema Único de Saúde (SUS), desde 2014.
Para alertar sobre a importância desse exame, o programa de Residência Médica em Neonatologia com o apoio da Residência de Enfermagem em Obstetrícia do Hospital Estadual da Mulher (Hemu) desenvolveu o Projeto Ursinho Carinhoso – Semana de sensibilização sobre o teste do coraçãozinho. De 25 a 28 de abril a unidade está com uma ampla programação como rodas de conversa, palestra e oficina.
O teste do coraçãozinho é um dos exames feitos nos bebês nascidos com idade gestacional superior a 34 semanas e é feito ainda na maternidade, entre as primeiras 24 a 48 horas após o nascimento. É um exame simples, não invasivo, rápido e indolor, capaz de detectar precocemente problemas de cardiopatias graves, que podem representar perigos para o recém-nascido. O teste pode ser realizado por profissional médico ou enfermeiro treinado.
Segundo a cardiopediatra, Mailza Araujo – preceptora do programa de Neonatologia da unidade, o exame consiste na medida da oximetria (saturação de oxigênio) no membro superior direito e em um dos membros inferiores. “Quando a saturação de oxigênio está abaixo de 95% em qualquer lugar da medida ou quando há diferença maior ou igual a 3% entre o membro superior direito e o membro inferior, significa que está alterado. Ou seja, existe alta probabilidade de que este recém-nascido tenha algum problema grave no coraçãozinho! Então, ele deve fazer o ecocardiograma transtorácico para esclarecer o diagnóstico e providenciar o tratamento, sem demora”.
A médica destaca ainda que “no caso do exame está normal, não afasta o problema de coração e não substitui o Ecocardiograma. Por isso deve ser acompanhado de exame físico minucioso!”, afirma a cardiopediatra.
“Como é importante a sensibilização sobre os diversos pontos que impactam na saúde do neonato, o diagnóstico precoce de patologias cardíacas críticas, favorece a redução da mortalidade infantil”, destacou a supervisora do Programa de Residência Médica em Neonatologia, Maria Bárbara Gomes.
Texto: Marilane Correntino/IGH
Foto: Divulgação
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