Saúde alerta sobre importância da vacinação de crianças

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) faz um alerta para que pais ou responsáveis pelas crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade procurem o posto de saúde mais próximo de suas residências, nos quais estejam sendo aplicadas vacinas contra sarampo e influenza. A Campanha de Vacinação contra a Influenza e o Sarampo segue até o dia 6 de junho, em todos os municípios do Estado.

As coberturas vacinais estão baixas em todo país. Com isso, doenças que haviam sido controladas e, até mesmo, erradicadas no Brasil, justamente por causa das altas coberturas na vacinação no passado, estão ressurgindo e causando casos graves e risco de morte. Ainda são casos isolados de sarampo e difteria, por exemplo, mas que representam um risco iminente à saúde devido à alta transmissibilidade dessas doenças.

Segundo o secretário de Saúde, Sandro Rodrigues, a vacina é uma das medidas mais importantes para garantir a saúde da população, em especial das crianças. “Vacina é proteção, é segurança. Vacina salva vidas”. Ele complementa que as vacinas disponíveis à população passam por longos períodos de testes. “Elas já foram estudadas, avaliadas e validadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) “, acentua.

O secretário destaca ainda que as vacinas previnem a ocorrência de casos graves de doenças que sobrecarregam o sistema de saúde. A ampliação da cobertura vacinal da população infantil e a consequente atualização do Cartão Nacional de Vacinação constitui uma das principais metas do governo estadual.

Sarampo
O Brasil recebeu o Certificado de País Livre do Sarampo, concedido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2016. Dois anos depois, com a reintrodução do vírus no Brasil, o país perdeu essa certificação. Em 2019, foram registrados cinco casos em Goiás, o que restabeleceu uma cadeia de transmissão da doença após 20 anos sem circulação do vírus. Esse surto se estendeu de agosto de 2019 a março de 2020, quando foram registrados 20 casos da doença nos municípios de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Posse e Rialma.

Em 2020 e 2021, todos os casos suspeitos de sarampo notificados em Goiás foram descartados. O Ministério da Saúde considera como ideal a cobertura vacinal de, no mínimo, 95%. Em Goiás, no entanto, os índices da vacinação da tríplice viral (que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola) estão abaixo da meta desde 2017, quando chegaram a 80,99%. No ano passado, a cobertura vacinal foi de 76,92%. A Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, que está em curso, pretende imunizar 425.748 do total de 448.156 crianças. Até a última sexta-feira (06/05), somente 62.834 crianças haviam sido imunizadas, o equivalente a 14,02%.

Difteria
A difteria, que havia sido controlada, voltou a apresentar casos isolados. O último registro era de 1998. Neste ano, foi registrado uma ocorrência, em Santa Helena de Goiás. Outros quatro casos estão em investigação. Na ocasião, foram realizadas as medidas de prevenção e controle da difteria pelos profissionais de saúde da Vigilância Epidemiológica local, com monitoramento dos contatos e rastreamento de casos suspeitos. A difteria é protegida por meio da vacina pentavalente. Em 2021, a cobertura dessa vacina em crianças foi de 71,98%.

Influenza
Desde o início da campanha, em 4 de abril, até sexta-feira, 52.546 crianças de 6 meses a menores de 5 anos foram vacinadas contra a doença, o que representa 11,7% de cobertura ideal. Sandro Rodrigues observa que a criança é suscetível à influenza devido à fragilidade do sistema imunológico. “Nos primeiros cinco anos de vida, os mecanismos de defesa do organismo ainda não estão desenvolvidos. Por isso, é fundamental a aplicação de todas as vacinas específicas às crianças previstas no Calendário Nacional de Vacinação”, reforça.

Poliomielite
No Brasil, o último caso de poliomielite, doença conhecida como paralisia infantil, foi registrado em 1989. Em 1994, em função do êxito nas campanhas nacionais de multivacinação e das altas coberturas vacinais, a doença foi considerada erradicada no Brasil. A paralisia infantil ressurgiu em Israel e em Malalui, no sudoeste da África. Em Goiás, a cobertura vacinal da doença vem diminuindo de forma significativa há dez anos. Em 2012, o índice de cobertura vacinal foi 101%. Em 2018, caiu para 85,54%. Já em 2021 foi de 71,60%.

Proteção coletiva
Diretora do Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), a médica infectologista Mônica Ribeiro Costa vincula a diminuição dos índices de cobertura das vacinas infantis ao fato de doenças graves estarem sob controle. A paralisia infantil foi erradicada, o sarampo foi eliminado, e a difteria, controlada. A infectologista destaca ainda que a baixa cobertura vacinal está relacionada à desconfiança infundada por parte da população em relação à eficácia e aos efeitos colaterais das vacinas. Ela ressalta que, além de proteger individualmente a pessoa, a vacina garante uma proteção coletiva. “Quando há elevados índices de vacinação, o vírus encontra dificuldade de circular e, aos poucos, vai desaparecendo”, assinala.

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