O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação (Sedi), dentro do programa Goiás Social, do Gabinete de Políticas Sociais (GPS), reciclou mais de 50 toneladas de lixo eletrônico, a partir do Sukatech, iniciativa que conta também com a parceria da Organização da Sociedade Civil (OSC) Programando o Futuro. O projeto possui investimento de R$ 2 milhões e tem como objetivo estruturar e operacionalizar equipamentos eletrônicos em desuso.
Situado na Escola do Futuro do Estado de Goiás (EFG) José Luiz Bittencourt, no Bairro Floresta, em Goiânia, o Sukatech fornece o descarte necessário a equipamentos eletrônicos que não servem para reutilização; promove cursos tecnológicos voltados a informática básica, manutenção de computadores e robótica; e, além disso, dispõe de um Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC).
Ativado em maio de 2021, o projeto finalizou seis ciclos de cursos, emitiu 200 certificados de conclusão, recondicionou mais de 400 computadores e, atualmente, possui 358 alunos matriculados.
Destino final
O gerente de Projetos Tecnológicos da Sedi, Thiago Angelino, dentro do CRC, explica que o recondicionamento pode ser realizado entre diferentes aparelhos. “Ocorre de tirarmos uma peça de ar-condicionado e colocar no computador. Máquina de lavar roupas, por exemplo, pode conter cerca de 40 metros de fio de cobre, isso tem valor financeiro. Fazemos o desmanche, e colocamos em um contêiner o que não vai ser reaproveitado. Uma empresa recolhe e faz a destinação correta. Não jogamos nada em lixo comum, sequer mandamos para aterro sanitário, para não ter risco de contaminação do solo”, detalha.
Os materiais recondicionados passam por limpeza interna e são padronizados com upgrades e instalação de softwares e aplicativos padrões. “Ao final desse processo, são realizados testes para verificar a funcionalidade e o desempenho do equipamento. As máquinas são embaladas e acrescentamos itens complementares como mouses e teclados; posteriormente, os equipamentos são separados em lotes específicos para doação”, detalha. “Todos os computadores dos Laboratórios Include vêm do CRC, por exemplo. Doamos também para alunos da UFG [Universidade Federal de Goiás] que não tinham computador para participar de teleaulas”, complementa Thiago Angelino.
O gerente de Projetos Tecnológicos ressalta ainda que os equipamentos recondicionados têm rastreadores e são fiscalizados. “Todos os computadores e outros equipamentos são cadastrados aqui. Se algum dia encontrarmos, por exemplo, um monitor doado a alguma instituição descartado de maneira inadequada, saberemos quem foi a empresa responsável”.
Mercado de Trabalho
O Sukatech é também um meio de criar oportunidades de emprego. Aluno do primeiro ciclo do curso de manutenção de computadores e informática básica, Lucas Gabriel, de 20 anos, hoje dá aula no projeto. “Fui demitido da empresa onde trabalhava no início da pandemia e decidi fazer algum curso. Foi ótimo encontrar algo dessa qualidade, gratuitamente. O Sukatech mudou minha vida de forma inexplicável. Hoje sou professor de montagem e manutenção de computadores, e é muito empolgante ver a felicidade dos meus alunos, pois me vejo nos rostos deles”, revela.
Outro exemplo de superação é Ana Meire Gonçalves, de 43 anos, aluna do curso de informática básica. “Eu não sabia ligar um computador e agora já aprendi a desenhar, fazer pastas e até planilhas. Hoje em dia, em tudo o que vamos fazer precisamos pelo menos do básico, e eu não tinha. Já ajudo meu marido no trabalho emitindo notas fiscais e fazendo muitas outras coisas”, afirma.
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