Goiás dá os primeiros passos para abrigar o maior ecossistema de inovação do Brasil na área de bioinsumos e assumir o papel de liderança no setor, que promete revolucionar a produção de alimentos. Nesta quinta-feira, 23, a partir das 15 horas, o Governo de Goiás, por meio da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), fará o lançamento oficial do Centro de Excelência em Bioinsumos (Cebio), no Instituto Federal Goiano Campus Morrinhos, instituição que sediará uma das três Unidades de Referência em Bioinsumos (URBs) previstas, a de Controle de Doenças de Plantas.
O Cebio é uma ação ligada ao Programa Estadual de Bioinsumos, proposto pela Seapa no contexto do Programa Nacional de Bioinsumos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e conta com investimentos da Fapeg da ordem de R$ 8.429.750,61 para sua implantação. O Centro de Excelência em Bioinsumos será coordenado pelo Instituto Federal Goiano, com a participação de diversas instituições de pesquisa do Estado de Goiás, como a Universidade Estadual de Goiás (UEG), Universidade Federal de Catalão (UFCat) e Universidade Federal de Goiás (UFG) e ainda a Embrapa, Universidade de Brasília (UnB) e outros parceiros da iniciativa privada.
O Centro de Excelência nasce com a missão de impulsionar o desenvolvimento econômico, social e ambiental, a partir da geração de inovações e adoção de tecnologias em bioinsumos para o setor agropecuário do Estado de Goiás. O Centro será composto por três Unidades de Referência em Bioinsumos (URBs) onde serão realizadas as pesquisas e a inovação em bioinsumos: URB Promotores do crescimento de plantas (Rio Verde); URB Controle biológico de pragas agrícolas (Urutaí); e URB Controle de doenças de plantas (Morrinhos); além de Unidades de Transferência de Tecnologia (UTTs) nos municípios de Iporá, Catalão, Ipameri, Hidrolândia, Goiânia, Anápolis, Cristalina, Ceres, Posse e Campos Belos. As UTTs serão responsáveis pela prospecção de demandas e prospecção tecnológica; a disponibilização de bioinsumos; o mapeamento de parcerias estratégicas; a busca ativa por recursos; a formação de recursos humanos; a realização de dias de campos em unidades demonstrativas e ações de empreendedorismo e inovação.
Menos produtos químicos, mais economia e maior sustentabilidade
Enquanto o campo, as indústrias e a sociedade pressionam por tecnologias alternativas para a redução de custos de produção na agricultura e pela diminuição do uso de produtos agroquímicos nas lavouras, a academia assume o desafio das pesquisas científicas avançadas e estratégicas para apontar soluções inovadoras para produções sustentáveis e de qualidade. Neste cenário, entram os bioinsumos, ou os insumos biológicos. O Cebio será responsável pelo desenvolvimento de pesquisas com vistas à prospecção de novos agentes de controle biológico e promoção de crescimento, desenvolvimento de biofertilizantes, desenvolvimento de novos produtos e processos, além do auxílio aos produtores na melhor utilização dos bioinsumos em suas propriedades rurais.
Entregas
Pelo projeto, várias entregas serão realizadas de 2022 a 2033, dentre elas a ampliação de coleções de micro-organismos de interesse biotecnológico nativos do Cerrado; a otimização de biofábricas para utilização “on farm”; o treinamento e suporte técnico aos agricultores em todas as etapas do processo; a formação de hubs na cadeia de bioinsumos em Goiás; a implantação de laboratórios de análise e certificação da qualidade de bioinsumos; formação de startups e novas empresas; aumento da produtividade e sanidade das culturas com redução dos custos de produção; controle da qualidade da produção dos bioinsumos segundo a legislação; bioprospecção de agentes de biocontrole com reconhecida adaptabilidade regional; dentre outras.
Bioinsumos
Segundo a Embrapa, os insumos biológicos são os produtos ou processos agroindustriais desenvolvidos a partir de enzimas, extratos (de plantas ou de micro-organismos), micro-organismos, macro-organismos (invertebrados), metabólitos secundários e feromônios, destinados ao controle biológico. Esses insumos são também os ativos voltados à nutrição, os promotores de crescimento de plantas, os mitigadores de estresses bióticos e abióticos e os substitutivos de antibióticos.
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