Levantamento da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), que analisa as propostas na modalidade rural para obtenção de recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) mostra aumento da submissão de projetos com foco na sustentabilidade. De janeiro a julho deste ano, o montante aprovado para o financiamento de energia fotovoltaica, por exemplo, já é superior a todo o valor aprovado em 2021 para essa categoria de itens. Foram R$ 33,5 milhões aprovados para itens de energia fotovoltaica em 2022, ante R$ 25,5 milhões aprovados em todo o ano passado.
Em 2021, das 1.020 cartas aprovadas do FCO na modalidade rural no ano todo, 30 propostas foram para financiamento da matriz fotovoltaica. Neste ano, a expectativa é de superação desse valor, com a quantidade de propostas se igualando em agosto ao mesmo número alcançado em todo o ano passado. “À medida que o produtor toma conhecimento desse tipo de crédito disponível, ele vai investir, porque sabe que traz retorno para sua produção, que fica mais barata e mais atrativa comercialmente”, esclarece o titular da Seapa, Tiago Mendonça .
Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a energia solar fotovoltaica ocupa hoje o terceiro lugar na matriz elétrica brasileira. Ela representa 8,1% do total produzido (cerca de 16.414 MW), atrás apenas da hídrica (53,9%) e eólica (10,8%). Goiás ocupa o quinto lugar em geração distribuída (sistemas de microgeração – até 75kW – e minigeração – acima de 75 kW até 5 MW). De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Absolar, a potência instalada em Goiás é de 541,3 MW em geração distribuída, o que representa 4,8% do total nacional.
FCO Verde
A linha de financiamento do FCO Verde também abre espaço para outras modalidades de investimento do produtor rural, que podem auxiliá-lo na implantação de técnicas mais sustentáveis em sua propriedade. Dois grandes exemplos são a implantação de ações dentro de projetos de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que fazem parte do Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária com Vistas ao Desenvolvimento Sustentável (Plano ABC+), e a utilização de bioinsumos, política promovida pelo Governo de Goiás, por meio do Programa Estadual de Bioinsumos.
“O FCO Verde abre um leque de possibilidades positivas e que estão ao alcance do produtor rural para contribuir diretamente para a evolução de sua atividade”, salienta o secretário Tiago Mendonça. “O ILPF, por exemplo, além de contribuir com a questão da baixa emissão de carbono e com o clima, melhora a renda do produtor ao consorciar atividades como agricultura, pecuária e floresta, aumentando suas possibilidades de lucro. Outra aposta nossa são os bioinsumos, que serão revolucionários nessa virada de chave para a produção mais sustentável. Essa linha do FCO Verde é uma linha em que todos saem ganhando.”
Além dessas atividades, também são itens financiáveis, previstos pela Programação Anual do FCO para 2022, ações como florestamento e reflorestamento para fins energéticos, madeireiros e celulose; implantação de viveiros; implantação de proteção, correção e recuperação de culturas permanentes, como seringueira e pequi; implantação de culturas permanentes de espécies nativas; conservação e recuperação de microbacias e mananciais; tratamento de efluentes da atividade agropecuária; produção de alimentos associados a práticas sustentáveis; produção de culturas oleaginosas alternativas para produção de biodiesel; aquisição de sementes e mudas; entre outras.
A linha FCO Verde compreende financiamento de propostas de até R$ 6 milhões. Para obter financiamento pelo fundo, os interessados devem fazer uma proposta junto a uma das instituições credenciadas.
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