O Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO), da Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO) desempenha um papel estratégico no desenvolvimento das políticas públicas em saúde do Estado. Pela vigilância laboratorial, auxilia na prevenção de doenças graves, como ocorreu recentemente com a monkeypox. Desde setembro, a unidade é importante ponto de apoio para identificação e geração de informações para promover medidas de controle dessa doença.
Logo após a descoberta da monkeypox e a disponibilização de insumos pelo Ministério da Saúde, o Lacen assumiu papel de protagonista na realização de análises e monitoramento de todas as amostras com suspeita da doença.
“Hoje esse trabalho continua. A vigilância epidemiológica é permanente, e constantemente orientamos os municípios para a avaliação dos pacientes que buscam o serviço de saúde com alguns sintomas da monkeypox”, afirmou o diretor-geral da unidade, Vinícius Lemes. Segundo ele, o Lacen já realizou 778 testes, 131 apenas agora em novembro, resultando em 1.137 laudos. “Cada paciente pode ter mais de um laudo por ter mais de uma amostra”, explica.
O gestor afirma que, nesses casos, as Secretarias de Saúde encaminham para o Lacen o material coletado, facilitando o mapeamento dos casos da doença e análises sobre o perfil epidemiológico. “O sucesso desse trabalho é reflexo da resposta rápida da unidade frente aos serviços de vigilância laboratorial de alta complexidade, necessárias para planejar as ações de saúde”, comenta Lemes.
Neste mês, o laboratório completa 75 anos. Com perfil 100% SUS, as ações do Lacen vão desde o pronto atendimento a pacientes referenciados pelas unidades da rede pública para exames de maior complexidade à investigação e ao monitoramento de casos de denúncia envolvendo alimentos, água e medicamentos
Atuação na pandemia
O Lacen foi muito importante no período de pandemia, assumindo a responsabilidade pela testagem dos casos de Covid-19. A atuação teve início na testagem dos indivíduos em quarentena, em março de 2020, na Operação Regresso (quando brasileiros vindos de Wuhan, na China, ficaram na Base Aérea de Anápolis, em fevereiro de 2020), e depois se intensificou durante a pandemia, quando o Lacen passou a executar a vigilância laboratorial da Covid-19 no Estado.
As análises de PCR foram e ainda são realizadas na Seção de Biologia Molecular, composta originalmente por 16 servidores – no decurso da pandemia, chegou a contar com o apoio de mais de 120 servidores, nas mais diversas atividades.
Inicialmente, todo o trabalho era realizado manualmente, o que limitava a capacidade de testagem para, no máximo, 60 exames por dia. Posteriormente, com a obtenção de mais equipamentos, a capacidade chegou a aproximadamente 1,2 mil exames diários. Em 2020, foram realizados mais de 91 mil diagnósticos PCR da doença, em uma estrutura originalmente estruturada para aproximadamente 6 mil exames por ano.
Apesar de todas as dificuldades apresentadas pela pandemia, o Lacen Goiás cumpriu a missão durante a pandemia na realização de análises laboratoriais capazes de gerar informações com qualidade para a melhoria da Saúde Pública. Também transformou o momento de crise em oportunidade, dando um salto tecnológico em seus fluxos de testagem, participando da criação da Rede Genômica Nacional e deixando um importante legado para o serviço de vigilância laboratorial do país.
Texto: Thiago Lagares/Comunicação Setorial
Foto: Iron Braz/Comunicação Setorial
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