O número de casos confirmados de raiva dos herbívoros teve queda de 62,79% em Goiás, nos últimos quatro anos. Essa é mais uma conquista sanitária de grande relevância para a pecuária no estado.
Os dados são da Gerência de Sanidade Animal da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) e estão registrados no Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago).
A coordenação do Programa Estadual de Raiva dos Herbívoros (PECRH) registrou, em 2019, 98 casos suspeitos de raiva dos herbívoros, dos quais 43 foram confirmados positivos para a doença.
Em 2020, houve redução no número de suspeitos, que foi de 73, com detecção de 31 casos positivos. No ano de 2021, foi registrada ligeira queda, com 69 casos suspeitos e 25 positivos.
Finalmente, em 2022, foram contabilizados 71 casos suspeitos, dos quais apenas 16 foram positivos. Considerando 2019 e 2022, além da queda de casos confirmados, também houve redução de 27,5% na quantidade de casos suspeitos da doença.
O presidente da Agrodefesa, José Essado, ressalta que os resultados positivos “são decorrentes da intensificação das ações de controle dos morcegos hematófagos, que são os agentes transmissores, bem como do esforço do Governo de Goiás, por meio do Serviço Veterinário Oficial, ao estabelecer as campanhas de vacinação obrigatória”, como ocorre normalmente nos meses de maio e novembro, nos 121 municípios classificados como de alto risco para a doença.
Raiva dos herbívoros
A raiva dos herbívoros, que acomete bovinos, bubalinos, equídeos, caprinos e ovinos, além de mamíferos domésticos, é um mal causado por vírus e se caracteriza também como zoonose, porque afeta os humanos. Sem prevenção e controle de transmissores, ela pode causar danos à saúde pública e prejuízos aos pecuaristas e à economia do Estado.
Ações
Nos últimos quatro anos, foram realizadas 1.240 ações de captura e controle de morcegos, além da adoção de outras medidas de vigilância e prevenção que ajudaram a conter a doença.
Os animais, uma vez contaminados, desenvolvem a doença e morrem. “A vacinação e as medidas de controle populacional de transmissores são os caminhos para evitar o avanço da doença”, reforça o coordenador do PECRH, Fernando Borges Bosso.
Em relação às etapas de vacinação, um total de oito no quadriênio 2019-2022, a irregularidade na oferta de vacinas por parte da indústria, chegando a ser necessário suspender a vacinação pela falta do insumo, provocou variação nos dados.
Desse modo, em 2019 o índice vacinal dos herbívoros nos 121 municípios considerados de alto risco ficou em 83% e 82%, respectivamente, nas etapas de maio e novembro.
Em 2020, os índices foram de 77% e 84%. No ano de 2021, o percentual vacinado em maio subiu para 96% e ficou em 90% em novembro.
Já em 2022, com oferta regular de vacina, o índice vacinal chegou a 95% em maio e a 99% na etapa de novembro/dezembro de 2022. Para 2023, a Agrodefesa programou duas etapas: em maio e novembro.
Ações de captura são realizadas pelos técnicos da Agrodefesa para fazer o controle dos transmissores (Foto: Agrodefesa)
Cuidados importantes
Conforme orientações dos médicos veterinários da Agrodefesa, os pecuaristas precisam estar atentos aos rebanhos para verificar a existência de animais suspeitos, que parecem engasgados e babando, com dificuldade para se movimentar e alimentar, com paralisia ou caídos, com o pescoço esticado e com movimentos de pedalagem, ou mesmo mordidos.
Nesses casos, devem informar imediatamente à Agrodefesa nos escritórios Locais e Regionais para adoção dos cuidados sanitários.
Os criadores não devem destruir ou fazer controle de morcegos por conta própria. Precisam informar à Agência sobre a existência de locais como cavernas, pontes, bueiros e construções abandonadas, que são abrigos preferenciais.
Os médicos veterinários da Agrodefesa programam e executam as ações recomendadas, com uso de pasta vampiricida que ajuda a controlar a população de morcegos.
Mais informações sobre o Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros estão disponíveis no site da Agrodefesa.
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