Emater atua para reinserção de adolescentes que cumprem medidas socioeducativas

O Governo de Goiás, por meio da parceria entre a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) e a Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds), colocou em prática, em 2022, o projeto-piloto do Curso de Olericultura a reeducandos do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Goiânia, no Conjunto Vera Cruz.

Com aulas iniciadas em março e divididas em cinco módulos, a ação formou duas turmas em 2022, totalizando 15 adolescentes plenamente capacitados para implementar e conduzir seus próprios espaços voltados para a produção de hortaliças com baixo investimento inicial.

Ministrado pelo engenheiro agrônomo Jean Louis Martins, da Emater, em seus módulos o curso apresenta os princípios básicos do cultivo de verduras e legumes para, posteriormente, tratar de aspectos relacionados ao preparo do solo, manejo, colheita, processamento e comercialização dos alimentos.

Pedro Leonardo Rezende, presidente da Emater, ressalta que a instituição cumpre o papel de educar, para gerar renda e inclusão social, com o curso.

“A Emater capacita os jovens reeducandos para que possam ser devidamente reinseridos à sociedade. O curso profissionalizante permite que encontrem oportunidades de trabalho e almejem novos horizontes pessoais e profissionais”, destaca.

Ministrado por Jean Louis, o curso apresenta os princípios básicos do cultivo de verduras e legumes, além de preparo do solo, manejo, colheita, processamento e comercialização dos alimentos (Foto: divulgação)

O projeto

Um dos organizadores da iniciativa, o engenheiro agrônomo da Emater, Robson Luís de Morais, conta que se elaborou o o projeto por solicitação da Seds em 2021. Teve início o em março de 2022.

“É um projeto de caráter educativo, para que jovens saiam do Case com um certificado da Emater. Isso confirma que eles têm formação técnica para entrar no mercado de trabalho”, ressalta.

Mas não é só, garante Morais. Além de ser a responsável por conferir o certificado, a Emater ainda presta assistência técnica, após a formação dos adolescentes.

“Quando o jovem sai com o certificado da Emater, ele continua a receber a assistência técnica, em qualquer parte do estado. Ele tem o curso e a continuidade do apoio da Agência, caso seja de seu interesse. Isso significa que não se abandona o jovem após a formação”, frisa.

Mesmo que seja aberta para manifestação de interesse de qualquer interno, a formação adotou alguns critérios para seleção de alunos.

Nas duas formações já realizadas, avaliaram-se perfis de jovens oriundos do interior e com alguma experiência com o campo. Alguns dos que já participaram da formação até já trabalharam em propriedades rurais ou têm familiares que moram e produzem em sítios.

Funcionários do Case também participaram da formação, para manter a horta implantada nas dependências do Centro (Foto: divulgação)

Funcionários do Case também participaram da formação. Estes, com o objetivo de manter a horta implantada nas dependências do Centro. Com cuidados cotidianos exigidos, mas contando com o acompanhamento e a assistência técnica da Emater quando necessário.

Aulas expandidas

As aulas do curso de Olericultura, que possui 40 horas. Diividem-se em cinco módulos, com aulas teóricas e práticas realizadas na horta didática implantada no Case e também na Agroindústria da Emater.

Os módulos contemplam, entre outras, aulas de introdução, planejamento, insumos e equipamentos; clima e solo; sementes, mudas e condução da olericultura; controle de doenças e pragas; agroecologia; colheita, pós-colheita e comercialização; assim como semi-processamento para o mercado.

Para as aulas de 2023, o curso passa por uma atualização para contemplar, entre outros, a olericultura em ambientes protegidos. As aulas deverão ser ministradas em estufas que também devem ser implementadas no Case.

Além do Centro de Atendimento Socioeducativo, há ainda a previsão de implementar o Curso de Olericultura na Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG), dentro do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

Regime fechado

No caso, em adição ao caráter profissionalizante, a estruturação da horta também auxiliará na alimentação dos detentos em regime fechado.

“É a Emater oferecendo um curso que dá capacidade técnica aos reeducandos, para que o Estado consiga cumprir o seu papel e entregar o que precisa: pessoas devidamente recuperadas e reinseridas na sociedade”, ressalta Robson.

Para as aulas de 2023, o curso será atualizado para contemplar, entre outros, a olericultura em ambientes protegidos (Foto: divulgação)

Para o presidente da Emater, Pedro Leonardo Rezende, a expansão do trabalho mostra o êxito do projeto. “Em 2022, nós executamos o projeto-piloto e identificamos o sucesso do trabalho realizado. Assim, a partir de 2023, temos o objetivo de implantar esse trabalho em outras instituições, de maneira não só a ressocializar reeducandos, mas capacitar todos aqueles que necessitem desse trabalho da Emater, que está comprometida com a geração de renda, inclusão social e melhoria da qualidade de vida das famílias rurais”, informa.

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