“Faço isso para mostrar para os jovens que é preciso estudar”. Foi com essa motivação que a dona Vitalina Inácia Neta, moradora de Morrinhos, no Sul goiano, recebeu o certificado de alfabetização neste mês. Prestes a completar 80 anos, a idosa faz parte da turma de 83 estudantes que se formaram no Projeto Alfabetização e Família], do Governo de Goiás, na regional de Morrinhos.
O projeto idealizado pelo Gabinete de Políticas Sociais e desenvolvido pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc) alfabetiza jovens, adultos e idosos das regiões mais vulneráveis do estado.
Essa foi uma das cerimônias de formatura realizadas para a conclusão da segunda e terceira fases da iniciativa. Nos últimos quatro anos, já foram alfabetizados 3.688 estudantes adultos em 149 municípios.
Alfabetização
Dona Vitalina Inácia se formou ao lado da filha Maria Helena da Silva Lima, de 59 anos, sua companheira de turma. As duas superaram, juntas, o desafio de aprender a ler, escrever e a fazer cálculos matemáticos básicos.
“Eu sou mãe de sete filhos e graças a Deus pude superar e dar exemplo”, ressalta a idosa, que inicialmente temia a matemática e agora deseja inspirar os mais novos dando continuidade aos estudos.
Início de um sonho
Para Maria Helena, a conclusão da alfabetização também é o início de um sonho. Atuando como merendeira no Colégio Estadual Coronel Pedro Nunes desde o início do ano, ela conta que sua ambição é se formar como professora.
“Eu respeito e tenho um carinho muito grande porque os professores são pessoas que a gente tem que valorizar, tem que amar, porque é deles que nascem os nossos doutores, os nossos advogados, o nosso governo”, reflete.
“Esse projeto traz esperança. Nós temos um grupo grande de pessoas que agora têm uma nova oportunidade no mercado de trabalho, pois aprenderam a ler e escrever. Então, estamos trazendo para eles dignidade”, explica o gerente de Educação de Jovens e Adultos da Seduc, Divino Alves.
Maria Helena conta que, além de abrir portas para o futuro, concluir a alfabetização ajuda a inspirar outras pessoas.
“Às vezes tem jovens na escola, por exemplo, que não querem estudar e eu vou, converso, falo, animo”, conta. Juntas, mãe e filha se preparam, agora, para uma nova fase rumo à conclusão das etapas da Educação Básica.
“Se Deus quiser e me der saúde e muita sabedoria, já vou começar agora em agosto, junto com as minhas colegas. E minha mãe também quer aprender mais matemática”, antevê, ansiosa, a merendeira.
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