A dislipidemia é o termo técnico do colesterol alto. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 40% dos adultos no Brasil têm um diagnóstico de colesterol alto.
Por isso, essa doença é um problema de saúde pública no País. A falta de informação à população pode atrasar o seu diagnóstico e, consequentemente, o tratamento adequado.
Em geral, é uma doença silenciosa, mas que surge mediante a exposição a alguns fatores de risco, como sedentarismo e hábitos alimentares inadequados, aumentando as chances de ocorrência de acidente vascular cerebral. É caracterizada pela presença de níveis elevados de lipídios (gorduras no sangue).
Grupo de risco
A cardiologista do Centro Estadual de Atenção Prolongada e Condomínio Solidariedade (Ceap-Sol) Loianny Moraes Silva, destaca que, embora a dislipidemia possa se manifestar em qualquer indivíduo, as pessoas que vivem com HIV/aids estão mais propensas ao desenvolvimento da doença. Eles apresentam níveis mais elevados de LDL (colesterol ruim) e inferiores de HDL (colesterol bom).
Os indivíduos com HIV têm um risco maior de doenças cardiovasculares, como doenças do coração e da circulação, do que outras da mesma idade.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2030, as doenças cardiovasculares estão entre as três principais causas de morte.
A cardiologista explica ainda que o uso de terapias antiretrovirais (medicações necessárias no tratamento do paciente soropositivo) também está associado ao desenvolvimento de dislipidemias e outras alterações metabólicas, fatores que influenciam diretamente no aumento do risco cardiovascular.
O acúmulo de placas de colesterol nas artérias (processo conhecido como aterosclerose) é um dos principais riscos associados à dislipidemia, podendo levar ao desenvolvimento de infarto agudo do miocárdio.
Dislipidemia
O diagnóstico da dislipidemia é realizado laboratorialmente, com a medição dos níveis de colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos.
Vale destacar que a prescrição e análise dos resultados devem ser feitas por um médico, para assegurar a interpretação correta dos resultados.
Loianny reforça a importância da realização de consultas periódicas para o diagnóstico precoce. O tratamento adequado reduz o risco de complicações futuras, proporcionando uma melhor qualidade de vida ao paciente
“O diagnóstico precoce da dislipidemia é necessário em todos os pacientes. Porém, sabendo do risco aumentado nos portadores de HIV, uma atenção especial deve ser dada a esse grupo”, orienta.
A diretora técnica do Ceap-Sol, Thais Safatle explica que na unidade tem uma atuação ampla, sendo que os pacientes com HIV são acompanhados por uma equipe multiprofissional.
“Oferece todo o suporte e tratamento necessários para assegurar a qualidade de vida dos pacientes, inclusive, às pessoas com HIV precisam de atenção especial quando o assunto é colesterol alto”.
Tratamento
Loianny Moraes pontua que o tratamento da dislipidemia envolve a adoção de hábitos de vida mais saudáveis, com alimentação equilibrada e atividade física regular.
Ela sugere que é de grande importância o acompanhamento com cardiologista e com um nutricionista para tratar a dislipidemia e promover mudanças de hábitos.
“Em pacientes com HIV pode ocorrer ainda a desnutrição e dislipidemia concomitantes, ou seja, com a necessidade de ganho de peso e a redução dos níveis de lipídios ao mesmo tempo, tornando o tratamento mais complexo”, destaca.
O diretor-executivo da unidade, Antônio Jorge de Almeida Maciel, explica que Ceap-Sol atende pacientes enviados via Complexo Regulador Estadual, que os direciona conforme a demanda, sob os princípios da equidade e universalidade.
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