Goiás realiza estudo para comprovar ausência do vírus da febre aftosa

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) dá início, nesta semana, a um Estudo Soroepidemiológico, coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para identificação de circulação viral de febre aftosa.

O estudo será realizado em Goiás e mais 14 unidades federativas, de forma simultânea, para levar à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) pleito de reconhecimento internacional dos estados que compõem o bloco como zona livre de febre aftosa sem vacinação.

Febre aftosa

Além de Goiás, também compõem o estudo animais de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Tocantins, Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Sergipe, Maranhão, Pará, Amapá e Roraima.

Em Goiás, a expectativa é que sejam avaliados cerca de 2.800 animais (amostras) de 123 propriedades rurais selecionadas, de forma aleatória, distribuídas em 102 municípios, em todas as regiões do Estado.

“A execução desse estudo é condição obrigatória para os estados que farão parte do pleito do Mapa à OMSA solicitando o reconhecimento de zona livre de febre aftosa sem vacinação. A intenção é comprovar que não há vírus circulante nesses estados”, esclarece o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.

“É uma segurança para a cadeia produtiva e para o serviço veterinário oficial brasileiro, sendo condição para abertura de novos mercados”, complementa.

Conforme explica o gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Rafael Vieira, as coletas serão feitas junto às propriedades selecionadas aleatoriamente, cujos produtores são notificados de maneira prévia por um fiscal estadual agropecuário. Farão parte da coleta bovinos de seis a 24 meses de idade.

“Fiscal, médico veterinário, faz a coleta do material que é enviado para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Mapa, em Belém do Pará”, informa.

Com a comprovação da ausência de circulação do vírus e a partir do reconhecimento pela OMSA, previsto para 2025, os estados ficam aptos a exportar para países que exigem a certificação para comercialização de produtos de origem animal, especialmente da bovinocultura de corte.

Retirada da vacinação

A retirada da vacinação obrigatória contra a febre aftosa foi iniciada em 2023, no âmbito do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância da Febre Aftosa (PE/PNEFA). A suspensão foi possível após uma série de ações sanitárias desenvolvidas pelo Mapa, em conjunto com os estados.

Segundo o coordenador de Epidemiologia e Emergências Sanitárias da Gerência de Sanidade Animal da Agrodefesa, Wladimir Moraes, Goiás sempre cumpriu as exigências do Mapa em relação à vacinação o que tornou possível a retirada da vacina no ano passado.

“Foi um trabalho desenvolvido ao longo dos anos entre a Agrodefesa e os produtores rurais para manter a sanidade do nosso rebanho em dia. Sem registro da doença e cumprindo às orientações do PNEFA, partimos para a retirada da obrigação da vacina, mas com todo o cuidado com o rebanho goiano, acompanhando e monitorando para que a doença continue inexistente no Estado”, ressalta.

A elevação ao status de zona livre de febre aftosa sem vacinação é uma das exigências para que países, como o Japão, possam importar carne bovina do Brasil.

“A bovinocultura brasileira, em especial a goiana, já atende aos mais altos graus de exigência de grandes mercados consumidores, a exemplo da União Europeia. Reconhecendo esse status, como é a proposta do Mapa, poderemos alcançar ainda mais consumidores, oferecendo um produto da mais alta qualidade e segurança”, finaliza José Ricardo, presidente da Agrodefesa.

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