O Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), realiza até junho deste ano o inquérito soroepidemiológico em aves, medida que faz parte do Plano de Vigilância de Influenza Aviária e doença de Newcastle.
Para isso, foram mobilizados mais de 50 fiscais estaduais agropecuários – médicos veterinários – da Agência, distribuídos por todas as regiões do estado, para realizarem coletas em 142 propriedades comerciais avícolas. O objetivo principal do trabalho de monitoramento sanitário é confirmar e manter o status de zona livre das duas doenças no estado.
O trabalho teve início em janeiro e se estende até junho de 2024. A expectativa é que sejam coletadas e analisadas 4.686 amostras.
Além dos profissionais em campo, seis médicos veterinários do Laboratório de Análise e Diagnóstico Veterinário da Agrodefesa (Labvet) atuam na triagem e envio das amostras para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas (LFDA-SP), enquanto três profissionais oferecem o suporte necessário para a boa execução do plano, diretamente na Gerência de Sanidade Animal. A medida atende às determinações traçadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
“Esse estudo é de fundamental importância para fazermos o mapeamento sanitário e buscarmos a manutenção do status livre da Influenza Aviária e Doença de Newcastle em Goiás. Somos o quinto maior produtor de carne de aves do país, de acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A entrada sem controle de vírus dessas doenças representaria um impacto altamente negativo para a nossa economia”, avalia o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.
Dinâmica
A operação está percorrendo nove regionais da Agência, envolvendo testagem nos estabelecimentos de produção comercial avícola. Em cada uma das propriedades selecionadas, estão sendo testadas pelo menos 11 aves.
As amostras coletadas são encaminhadas ao Labvet, responsável por enviá-las ao laboratório federal no interior de São Paulo.
Segundo o gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Rafael Vieira, o comprometimento dos veterinários da Agência tem sido fator determinante para o sucesso da ação.
“Temos um corpo técnico capacitado e engajado em percorrer o estado para garantir a sanidade dos rebanhos. Além do trabalho de coleta para o inquérito, os profissionais aproveitam a oportunidade para orientar sobre as medidas necessárias para prevenção às doenças, especialmente em estabelecimentos avícolas comerciais”, analisa.
Goiás segue sem foco da Influenza Aviária
Apesar de a Influenza Aviária já ter sido detectada em oito estados brasileiros (Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul), Goiás segue sem foco da doença que pode levar à dizimação total do rebanho onde é identificada.
No Brasil, de maio de 2023 até agora já foram notificados 155 casos em animais silvestres; três em animais de subsistência e nenhum até o momento em aves comerciais.
A Gripe Aviária é uma doença também de notificação obrigatória junto à Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) devido ao seu alto potencial de contágio. A detecção pode acarretar, além da dizimação do rebanho, o estabelecimento de barreiras sanitárias para a comercialização de produtos avícolas no mercado interno e externo, resultando em um prejuízo econômico considerável aos produtores do setor.
Estado não notifica casos da doença de Newcastle desde 2001
Já a doença de Newcastle é uma enfermidade viral aguda, altamente contagiosa, que acomete aves silvestres e comerciais, resultando em comprometimentos respiratórios, digestórios e do sistema nervoso. Goiás já notificou um caso, em 2001, no município de Nova Roma.
Porém, de lá para cá nenhum outro caso foi registrado no estado, devido ao trabalho de controle e prevenção realizado pela defesa agropecuária goiana, juntamente com produtores e proprietários de estabelecimentos.
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