Agrodefesa, Polícia Civil e PM fecham fábrica clandestina de produtos cárneos em Anápolis

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), em parceria com as polícias Civil e Militar, localizou e interditou uma fábrica clandestina de produtos cárneos na Vila União, em Anápolis. No local, que apresentava condições sanitárias precárias, foram encontrados 790 quilos de carne irregular, com indícios de ser de origem equina.

A operação ocorreu na manhã da última terça-feira (11/03), após a obtenção de mandado judicial, e foi realizada devido às denúncias de moradores da região, que relataram a movimentação suspeita de carnes e um forte odor vindo do estabelecimento.

Durante a ação, os fiscais estaduais agropecuários da Unidade Regional Rio das Antas da Agrodefesa constataram um cenário alarmante de insalubridade: equipamentos sujos, freezers quebrados e infestação de moscas.

Há indícios de que a carne era moída e utilizada na fabricação de hambúrgueres para disfarçar o sabor característico. A suspeita ainda é que esses produtos estivessem sendo fornecidos para estabelecimentos comerciais em Anápolis, incluindo restaurantes e mercados, colocando em risco a saúde pública e a segurança alimentar.

Fábrica clandestina

“O que encontramos no local foi um ambiente insalubre, com sangue no chão, equipamentos contaminados e freezers sujos e quebrados. Independentemente da origem da carne, o processamento sem fiscalização compromete a segurança do alimento à população”, destaca Marcelo Sales Guimarães, coordenador da Unidade Regional Rio das Antas da Agrodefesa. Ele também enfatizou a gravidade da situação.

“A suspeita de que essa carne estava sendo utilizada na produção de hambúrgueres para comercialização é extremamente preocupante. O consumidor não tem conhecimento sobre a procedência do alimento e pode estar ingerindo um produto sem qualquer controle sanitário, o que representa um risco direto à saúde pública”.

“A Agrodefesa tem buscado sempre orientar sobre a importância de os consumidores adquirirem produtos de origem animal apenas em estabelecimentos registrados e fiscalizados, garantindo a qualidade e alimento seguro”, enfatiza.

Todos os produtos foram apreendidos e descartados no aterro sanitário do município. Amostras de carne foram coletadas e enviadas para análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Goiás, a fim de confirmar a origem. O consumo de carne equina não é proibido no Brasil, mas as condições sanitárias inadequadas representam um grave risco à saúde pública.

Descarte e responsabilidades

Todos os produtos apreendidos foram descartados no aterro sanitário do município. Amostras de carne também foram coletadas e enviadas para análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Goiás, a fim de confirmar a origem.

O consumo de carne equina não é proibido no Brasil, mas as condições sanitárias inadequadas representam um grave risco à saúde pública.

As investigações agora buscam identificar os responsáveis pela distribuição desses alimentos e entender a extensão da rede de fornecimento. As autoridades estão analisando rastros e documentos encontrados no local para mapear a origem e o destino da carne, além de verificar se algum estabelecimento comercial foi envolvido na distribuição dos produtos contaminados.

O foco ainda é identificar os responsáveis e apurar o destino final da carne comercializada, além de apurar possíveis crimes ambientais relacionados à atividade ilegal.

Atuação

A ação é ainda um desdobramento de outra operação realizada no último domingo (09/03), que resultou no fechamento de um abatedouro clandestino de cavalos na região Sul de Anápolis, às margens da ferrovia Norte-Sul. No local, foram encontrados cerca de 40 animais em condições degradantes dentro de uma área de preservação ambiental, sem acesso a água e alimento, muitos deles desnutridos e feridos.

Além disso, havia evidências do abate irregular, como sangue, vísceras, couro e ossadas espalhadas pelo terreno. A primeira ação conjunta também foi desencadeada após denúncias de moradores sobre forte mau cheiro e presença de grande quantidade de urubus no local, indicativos da atividade ilegal.

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