O 26º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica 2025) traz para sua programação nomes de referência do cinema e do ativismo brasileiro.
Entre as presenças confirmadas estão Ailton Krenak e Vincent Carelli – que integrarão o júri da Mostra Competitiva Washington Novaes —, além de João Moreira Salles, que apresentará uma sessão especial de seu filme em colaboração com o Coletivo Lakapoy e Louise Botkay, Minha Terra Estrangeira, seguida de bate-papo com o público.
O Fica acontece entre os dias 10 e 15 de junho, na cidade de Goiás.
Ailton Krenak é líder indígena, escritor brasileiro da etnia Krenak, ativista do movimento socioambiental, filósofo e poeta. Defensor dos direitos dos povos indígenas e da preservação da Amazônia, Krenak é autor de livros, textos e artigos publicados em coletâneas no Brasil e no exterior.
Amplamente reconhecido por sua luta incansável em prol dos direitos indígenas e da proteção ao meio ambiente, o líder indígena leva para a principal mostra competitiva do festival sua visão crítica e humanista sobre a relação entre natureza, território e cultura.
Vincent Carelli, cineasta e indigenista, fundador do projeto Vídeo nas Aldeias, é referência nacional e internacional no cinema indígena e nos debates sobre direitos e memória dos povos originários.
Também integrará o júri oficial da Mostra Washington Novaes, que conta, ainda, com a líder quilombola Marta Kalunga, os diretores e roteiristas Jarleo Barbosa e Bruno Jorge, além da atriz e produtora Bel Kowarick.
Para o diretor de programação do Fica, Pedro Novaes, a presença de nomes como Ailton Krenak, Vincent Carelli e João Moreira Salles reforça a relevância que o festival alcançou ao longo de suas edições.
“A participação dessas figuras emblemáticas diz muito sobre o amadurecimento do Fica e o status que ele ocupa hoje. Nenhum dos três está vindo pela primeira vez. O Krenak, por exemplo, participa pela terceira vez — já esteve como jurado, foi homenageado e agora retorna como presidente do júri. O Carelli também já esteve conosco em diversas ocasiões, premiado mais de uma vez e também homenageado”.
João Moreira Salles também esteve no festival há dois anos, quando participou de uma conferência sobre a Amazônia e apresentou o livro que havia lançado na época. Agora, retorna para a exibição de seu novo filme, cuja primeira exibição pública no Brasil foi no festival É Tudo Verdade.
“A vinda dele ao Fica é, inclusive, o cumprimento de uma promessa feita naquela ocasião”, conta Pedro Novaes.
Pedro ressalta ainda o prestígio dos convidados e o compromisso que demonstram ao integrar a programação do festival.
“Nenhum desses nomes tem uma agenda simples. A participação deles aqui mostra o respeito e a relevância que o Fica conquistou como espaço fundamental para o cinema ambiental, indígena e social no Brasil”.
“O festival se consolida não apenas como um lugar de exibição, mas como uma plataforma potente para filmes e debates que tocam nas questões mais urgentes do nosso tempo”.
Cinema indígena e resistência em destaque
Minha Terra Estrangeira é um documentário dirigido por João Moreira Salles em colaboração com o Coletivo Lakapoy e Louise Botkay, que explora a luta e a resistência do povo Paiter Suruí.
O filme, que será exibido pela segunda vez após a estreia em São Paulo, acompanha a trajetória de Almir Suruí, líder indígena e candidato a deputado federal, e de sua filha Txai Suruí, ativista ambiental, durante os 40 dias que antecederam as eleições de 2022.
Almir e Neidinha Suruí estarão presentes para conversas após exibição do filme em sessão especial. Ativista indígena, mãe de Txai Suruí e conhecida por sua atuação na defesa dos direitos indígenas e da Amazônia, Neidinha foi a primeira mulher a participar de expedições da Funai para localizar indígenas isolados.
A presença dessas personalidades no Fica 2025 reforça o compromisso do festival com a diversidade, a reflexão crítica e a valorização das múltiplas vozes que compõem a sociedade brasileira.
Fica 2025
Com o tema Cerrado: a Savana Brasileira e o Equilíbrio do Clima, o Fica 2025 traz uma extensa programação gratuita que inclui mostras competitivas de cinema, oficinas, atrações culturais, atividades ambientais, sessões voltadas ao público infantil, shows musicais, além de fóruns e debates com grandes nomes do cinema nacional e internacional.
O festival é uma realização do Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em correalização com a Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio da Fundação Rádio e Televisão Educativa (RTVE).
O evento conta com a cooperação de diversas instituições, entre elas: a Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (Apan), MapBiomas, The Nature Conservancy Brasil, Unesco, Museu do Índio (Funai), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Participam também as Secretarias de Estado da Educação; do Desenvolvimento Social; da Saúde, Esporte e Lazer; do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; além do apoio do programa Goiás Social, Sesc Goiás, Saneago, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar do Estado de Goiás, Instituto Federal Goiano e da Prefeitura da cidade de Goiás.
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