Goiás deu um passo importante, nesta terça-feira (14/10), rumo à participação no mercado de créditos de carbono.
A aprovação da elegibilidade pela Comissão Nacional para REDD+ (CONAREDD+) reconhece os resultados alcançados pelo estado na redução do desmatamento ilegal e nas políticas de conservação do Cerrado, tornando Goiás apto a acessar pagamentos por resultados ambientais, conforme acordos internacionais de clima.
Créditos de carbono
Créditos de carbono são certificados que representam a redução ou remoção de gases de efeito estufa da atmosfera.
Nesse sistema, quem reduz o desmatamento, recupera áreas degradadas ou investe em energia limpa pode gerar créditos e negociá-los com países ou empresas que ainda não conseguiram reduzir suas próprias emissões, ajudando a compensar o impacto ambiental e incentivar práticas mais sustentáveis.
O reconhecimento da CONAREDD+ atesta que Goiás caminha pelo desenvolvimento econômico sustentável. Já que, a partir da elegibilidade, o estado poderá acessar investimentos internacionais vinculados aos resultados ambientais obtidos, fortalecendo o Cerrado como ativo estratégico para o futuro verde do país.
Atualmente, a Semad estuda a metodologia que fará a mensuração do carbono evitado em Goiás. É a partir desse cálculo, baseado no quanto o estado conseguiu preservar, que será possível definir o volume de créditos de carbono e o valor a ser acessado.
Durante a defesa, a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andrea Vulcanis, destacou os avanços obtidos nos últimos anos com políticas integradas de combate ao desmatamento, incentivo à preservação e fortalecimento da governança ambiental.
“É o reconhecimento de um modelo que alia produção, conservação e inclusão social”, afirmou.
Redução
Nos últimos anos, Goiás reduziu em quase 73% a área queimada e aumentou em mais de 1.000% as ações de fiscalização ambiental, atingindo praticamente 100% dos alertas de desmatamento fiscalizados.
Segundo Vulcanis, os instrumentos que contribuíram para os resultados estão a Declaração Ambiental do Imóvel (Dai), que reduziu o desmatamento sem licença, e o Programa de Pagamento por Serviços Ambientais Cerrado em Pé, que destina milhões de reais a produtores e comunidades tradicionais que preservam áreas nativas.
A secretária também ressaltou que Goiás implantou o novo Sistema de Cadastro Ambiental Rural (Sigcar), em que todas as análises do cadastro rural serão realizadas no sistema estadual, eliminando a necessidade de processos em separado, e investiu em um plano integrado de prevenção e combate a incêndios florestais, com resultados expressivos.
“Esses números comprovam o esforço de Goiás em alinhar crescimento econômico e conservação ambiental. Estamos prontos para transformar resultados ambientais em novas oportunidades de investimento para o Estado”, completou.
Na visão de Vulcanis, o reconhecimento da CONAREDD+ é relevante por colocar o Cerrado no centro da agenda global de clima e florestas.
Isso porque, o Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil e berço das águas do país. Goiás tem cerca de um terço de seu território coberto por vegetação nativa, o que reforça o potencial do Estado em gerar resultados ambientais com impacto real na mitigação das mudanças climáticas.
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