Irmãos recebem rins da mesma doadora em transplantes inéditos realizados no HGG

O Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG) realizou nesta sexta-feira (17/10) dois transplantes de rins inéditos na história da saúde pública goiana. Os pacientes receptores são irmãos e receberam os órgãos de uma mesma doadora, fato considerado raro na medicina. Com os procedimentos, o HGG atinge, em 2025, a marca de 127 transplantes renais realizados.

Os dois receptores são policiais militares da reserva e fazem parte de uma família de sete irmãos, naturais de Porangatu, no norte do estado. Aldemar Cavalcante Barros, de 59 anos, mais velho entre os pacientes, conta que estava na fila aguardando para realizar o transplante renal há quatro anos, quando iniciou a diálise.

Ele perdeu as funções renais por conta de complicações da diabetes. O irmão dele, Divino Cavalcante Barros, de 57 anos, que também tem diagnóstico de diabetes, perdeu as funções renais há um ano.

Aldemar, que realizava a hemodiálise em Porangatu, explica que veio a Goiânia nesta quinta-feira (16/10) para fazer um check-up do coração. No mesmo dia, recebeu um importante telefone que mudaria a sua vida: a notícia de que o tão aguardado transplante havia chegado. Imediatamente, ligou para o irmão e contou as boas novas.

“Foi um choque total para nós dois. A gente fica meio paralisado na hora, porque temos pouco tempo de diálise, em relação a outros que ficam anos (na fila)”, contou Aldemar Barros.

De acordo com o médico cirurgião Rodrigo Rosa, que integra uma das equipes do Serviço de Transplante Renal do HGG, para que o procedimento ocorra são necessários exames específicos, tanto de compatibilidade sanguínea, como dos chamados “alelos”.

“Como se fosse uma cicatriz que a gente carrega no nosso gene. Cada pessoa tem um par de alelos e a gente avalia, populacionalmente, se o organismo daquele receptor não vai ter anticorpos que vão reagir contra doadores que não têm relação familiar direta com ele”, destaca.

Segundo dados da Central Estadual de Transplantes, 2.458 pessoas aguardam na fila para transplante em Goiás atualmente. Destas, 686 aguardam transplantes renais, 12 de fígado, três de pâncreas e dois pâncreas/rim.

A posição na fila de espera para doação de órgãos depende de diversos fatores, tais como compatibilidade, idade, doenças associadas e grau de urgência, conforme avaliação da equipe cirúrgica e sempre com o conhecimento do receptor.

Quem regula a fila é o Sistema Único de Saúde (SUS), e os órgãos doados vão para pacientes que aguardam na fila nacional única, controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.

Referência nacional

Fachada do HGG (Foto: SES)

Com mais de 1.250 transplantes acumulados, o HGG é o maior transplantador do Centro-Oeste. A unidade é referência nacional em transplantes renais, com avaliação máxima nos indicadores de qualidade e segurança por modalidade, reafirmando a excelência da assistência prestada.

Goiás ocupa atualmente a 10ª posição entre os estados que mais realizam transplantes renais no país, conforme levantamento do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), publicado em setembro de 2023 pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).

O desempenho da unidade é reflexo dos investimentos realizados nos últimos anos. Em 2022, o Governo de Goiás inaugurou a nova Unidade de Transplantes do HGG, com aporte de R$ 2,8 milhões. A estrutura moderna ocupa 644 metros quadrados e conta com 32 leitos – sendo 26 destinados a transplantes de rins, fígado, pâncreas e rim-pâncreas, e seis voltados ao transplante de medula óssea.

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