Com objetivo de desarticular uma complexa organização criminosa suspeita de fraudar licitações em municípios goianos, o Ministério Público de Goiás, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a Operação Impostura.
Estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e Hidrolândia. As empresas são suspeitas de fraudar licitações nos municípios de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Brazabrantes, Pontalina, Piracanjuba, Nerópolis, bem como em órgãos do Estado e no Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.
De acordo com o Gaeco, as fraudes consistiam em alinhamento de preços entre os concorrentes em licitações. Com isso, burlavam o caráter competitivo do certame.
As contratações se referem a diversos produtos e serviços, entre eles: serviço de iluminação pública, fornecimento de material didático, impressão de livros, fornecimento de materiais gráficos (carimbos, envelopes, blocos, etc), emissão de boletos de arrecadação de IPTU, compra de tendas, banheiros químicos e serviços de publicidade.
Há indícios do envolvimento de quatro empresas. As investigações indicam que os sócios são laranjas ou ex-empregados das empresas. E os representantes nas licitações são, muitas vezes, familiares, empregados ou ex-empregados das quatro empresas investigadas.
As empresas compartilhariam até mesmo alguns espaços físicos para guarda de veículos, entre eles caminhões de propriedade de uma empresa guardados na sede de outra. Há também fortes indícios da participação de dois contadores no esquema.
A operação tem o apoio das polícias Civil e Militar. Participaram do cumprimento da ordem judicial 119 servidores públicos, sendo 14 promotores de justiça, 1 delegado de Polícia Civil, 54 servidores do Ministério Público e 50 policiais militares.