O Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em parceria com a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), ampliará a partir do mês de setembro o atendimento escolar para crianças em internação na unidade. “Hoje oferecemos acompanhamento pedagógico duas vezes na semana para as crianças com tempo de internação superior a 15 dias.
Com a ampliação, o acompanhamento será oferecido de segunda a sexta-feira, de acordo com a necessidade e condições clínicas de cada paciente” afirma a diretora-geral do Hecad, Mônica Costa.
No primeiro semestre de 2023, mais de 400 atendimentos educacionais foram realizados no Hecad. O serviço é fundamental para os pacientes hospitalizados por um grande período de tempo.
Continuidade na aprendizagem
“O acompanhamento escolar permite a continuidade do processo de desenvolvimento e de aprendizagem das crianças, além de oferecer a elas uma ponte com a vida e a rotina que possuem fora do hospital”, explica a médica.
Para a professora Elenita Rodrigues, que trabalha com as crianças em internação no Hecad, o acompanhamento escolar auxilia também na reintegração do aluno à escola.
“A criança se sente mais confiante e animada no hospital porque deixa de focar na doença e passa a focar no conteúdo ensinado. O atendimento educacional ajuda ainda no retorno às aulas, porque o paciente é avaliado, tem nota e pode seguir acompanhando a turma, o que reduz a defasagem idade/série, a evasão escolar e a reprovação”, conta a docente.
Aulas
O acompanhamento é realizado no leito de cada paciente e tem duração de 50 minutos. O conteúdo é selecionado de acordo com o modelo curricular da série que a criança cursa, com aulas e atividades pedagógicas nas disciplinas de Português, Matemática, História, Geografia, Ciências e Redação.
Os pacientes sem precaução de contato podem participar também de atividades e oficinas em grupo, realizadas na brinquedoteca do hospital. Os atendimentos são feitos por professores do Núcleo de Atendimento Educacional Hospitalar (Naeh) da Seduc e pela equipe de pedagogia hospitalar do Hecad.
“Nós analisamos junto às equipes assistenciais se o paciente está apto para receber o atendimento educacional, conversamos com a criança e com a família, selecionamos e organizamos de acordo com o ano/série o material que será utilizado e fazemos um cronograma para as aulas”, explica Elenita, que integra o Naeh.
O paciente Deyvid Oliveira, de 12 anos, fez questão de participar do acompanhamento escolar. “Eu fico muito tempo deitado aqui e gosto quando a professora chega. Hoje eu tive aula de matemática e educação financeira e os exercícios foram bem legais”, conta a criança. “Também tem jogos, oficinas, tarefas e tudo isso ajuda a gente a aprender mesmo estando no hospital”, diz o paciente.
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