Mais uma edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), para presos, foi aplicada nos presídios de Goiás, nos dias 12 e 13 de dezembro. A avaliação compreendeu aproximadamente 2.050 Pessoas Privadas de Liberdade ( Enem PPL). Com base nas notas obtidas, os custodiados podem ter acesso à conclusão dos ensinos fundamental, médio ou ao ingresso em um curso superior.
Esta categoria do exame abrange tanto pessoas privadas de liberdade, quanto aquelas sob medida socioeducativa, que inclua a privação de liberdade. Neste ano, em nível nacional, mais de 80 mil destes candidatos estavam aptos a realizar a avaliação.
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação da prova, o Enem PPL tem o mesmo nível de dificuldade do Enem regular, igual quantidade de questões e a prova de redação.
Presos
A realização das provas do Enem, bem como outras avaliações e políticas de ressocialização dos presos pelo estudo são feitas por meio da Gerência de Educação, Módulo de Respeito e Patronato, que pertence à Superintendência de Reintegração Social e Cidadania (Supresc).
Dados de 2022 apontam que, em Goiás, mais de 1.100 presos estavam matriculados no ensino médio, o dobro cursava o ensino fundamental e dez custodiados tinham acesso à educação superior.
Um detento da Unidade Prisional Regional (UPR) de Rio Verde tem a esperança de conseguir cursar Engenharia Agronômica.
“Preparei-me para o Enem com leituras para melhorar a redação e, principalmente, atividades de química e matemática. Para estudar, aproveito o tempo fora do horário de serviço que cumpro aqui. Quem quer mudar de vida, tem todo o suporte da direção do presídio. Espero alcançar uma boa nota e chegar ao meu objetivo”, declarou.
Avaliação
Detentos que alcançam a nota no exame para cursos superiores passam a ter aulas na modalidade a distância. Para os outros graus de escolaridade, as aulas são dadas no próprio presídio.
“O número de presos que realizam as provas no Enem e do Encceja tem se mantido elevado em nosso estado. Isso é muito importante, torna-se um estímulo entre eles próprios, à medida que percebem seus semelhantes no empenho para mudar suas perspectivas. Promover uma ressocialização de forma digna, por meio do estudo, oferecer a chance de uma profissão, é uma das missões da Polícia Penal, e é o que temos feito”, defendeu a gerente de Educação, Módulo de Respeito e Patronato, Michelle Cabral.
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