Em debate realizado pelo Fórum Esfera Nacional – Conexões para Discutir o Brasil, neste sábado (08/06), em Guarujá (SP), o governador Ronaldo Caiado falou da experiência de Goiás na segurança pública.
“A população goiana vive em paz, transitando sem medo e sem ter um metro quadrado comandado por bandido ou facção. A nossa polícia está preparada para salvar e proteger as pessoas”, disse Caiado.
Com o tema “Da teoria à prática: soluções em segurança pública”, o Fórum também teve a participação de Mário Sarrubbo, secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça; Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro (RJ); Preto Zezé, presidente global da Central Única das Favelas (CUFA) e Pierpaolo Bottini, criminalista e professor de Direito Penal da Universidade de São Paulo (USP).
Governador Ronaldo Caiado e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski (Fotos: Hegon Guimarães)
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, também acompanhou o evento, que foi mediado pelo jornalista William Waack.
Uma das principais pautas dos participantes foi a necessidade nacional de combate aos grupos e facções criminosas e o tráfico de drogas. Em meio às discussões, Caiado ressaltou que é preciso coragem para tomar medidas duras, como, por exemplo, o isolamento de líderes dentro dos presídios e a proibição de visitas íntimas.
“No meu estado não tem visita íntima para estuprador ou faccionado”, relatou o governador.
Referindo-se à legislação brasileira, o governador Cláudio Castro (RJ) destacou que “é retrógrada e favorece a criminalidade, com a prática das polícias prendendo traficantes e o sistema judiciário, muitas vezes, soltando os criminosos, logo em seguida”.Enfatizou que o país precisa reforçar o combate à lavagem de dinheiro. “O crime organizado hoje funciona pelo sistema financeiro tradicional”, disse Castro.
Já o secretátio nacional, Mário Sarrubo, argumentou que o governo federal tem trabalhado para construir políticas públicas para coibir o crime organizado em nível nacional.”É preciso estabelecer diretrizes, olhar a atividade criminosa como um todo, combater a corrupção de agentes públicos. Segurança pública é uma questão de direitos fundamentais, mas, também, econômica”, disse.
Acrescentou que, por isto, uma das estratégias é o fortalecimento do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão federal ligado ao Banco Central do Brasil.
Debate sobre soluções em segurança pública foi realizado pelo “Fórum Esfera Nacional – Conexões para Discutir o Brasil”, neste sábado (08/06), em Guarujá (SP) (Fotos: Hegon Guimarães)
Para Preto Zezé, presidente da Cufa, “no Brasil, a segurança pública ainda não respirou os ares da redemocratização. Ao invés de importar soluções de outros países, é preciso conhecer as soluções que estão sendo criadas aqui, como, por exemplo, a de Goiás”.
Além disso, ele afirmou que o Brasil precisa voltar a ter conversas como às promovidas pelo evento, mesmo com divergências. A posição de compartilhar experiências e, principalmente, informações, também é defendida pelo advogado Pierpaolo Bottini.
“Para combater máfias internacionais, o governo federal deve organizar as informações nacionais de criminalidade”, disse.
A Esfera Brasil é uma organização que se intitula apartidária, criada para fomentar o pensamento e diálogo sobre o Brasil, e reúne empresários, empreendedores e a classe produtiva. A proposta é ser um polo aglutinador entre empresas, governos e instituições, estimulando debates.
Segurança Pública em Goiás
Para combater o crime organizado, Goiás determinou três eixos, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO): integração, inteligência e integridade.
O objetivo é impedir a atuação das organizações criminosas desde a perspectiva da própria atividade criminosa até o plano da recuperação dos desvios praticados pelo grupo infrator.
Além disso, foi criada a Superintendência de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado, no âmbito da SSP-GO, em parceria com as delegacias especializadas, como a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap) e a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT).
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