HDT reforça prevenção e diagnóstico da leishmaniose

O Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) — unidade do Governo de Goiás gerida pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG), em Goiânia, reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da leishmaniose. A doença é causada por um protozoário transmitido pela picada de mosquitos flebotomíneos, conhecidos popularmente como “mosquito-palha”.

A leishmaniose se manifesta de duas formas principais: a Leishmaniose Visceral Humana (LVH) e a Leishmaniose Tegumentar (LT). Segundo dados da Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO), de janeiro e 5 de julho deste ano, Goiás registrou 13 casos de LVH, com uma morte, contra 11 casos no mesmo período de 2024.

Já a leishmaniose canina apresentou 290 casos de janeiro a julho de 2024, totalizando 555 no ano. Já este ano, até julho, foram registrados 334 casos.
 
No HDT, em 2024, foram confirmados 7 casos de LVH, enquanto de janeiro a junho de 2025 já foram registrados 6 casos, mesmo número do período equivalente em 2024.
 
Quanto à Leishmaniose Tegumentar (LT), os dados da SES indicam estabilidade no estado, com 308 casos registrados em 2024, sendo 142 nos primeiros sete meses do ano e o mesmo número contabilizado de janeiro a julho de 2025, sem aumento ou redução significativa.

Já no HDT em 2024 foram investigados 49 casos de LT, sendo 26 de janeiro a junho. Neste mesmo período de 2025, 15 casos foram confirmados.

Zona de alta incidência

A infectologista e diretora técnica do HDT, Vivian Furtado, explica que Goiás é uma região endêmica para a doença, especialmente nas áreas de Cavalcante e Chapada dos Veadeiros. Segundo ela, a leishmaniose é considerada uma doença negligenciada, ou seja, ainda pouco conhecida pela população em geral, o que contribui para a falta de informação e de medidas preventivas adequadas.

“A tegumentar provoca feridas na pele com bordas elevadas e bem delimitadas e, se não tratada, pode evoluir para lesões na mucosa nasal e orofaríngea, causando obstrução nasal, crostas, mau odor e dificuldades para falar ou engolir. Já a visceral, de evolução mais lenta, provoca febre intermitente, anemia, perda de peso e aumento do fígado e do baço, podendo ser fatal se não tratada”, explica.

O diagnóstico da leishmaniose de pele (tegumentar) geralmente é realizado por raspado ou biópsia da lesão, com confirmação pela análise direta do parasita ou por PCR, que pode ser aplicado em amostras de pele, mucosa ou medula. Já na forma visceral, o exame mais preciso é o mielograma — punção da medula óssea para visualização do parasita — ou o PCR, que detecta seu material genético.
 
O tratamento da leishmaniose tegumentar é feito com Glucantime, administrado por via intramuscular durante 20 a 30 dias. Nesses casos, a recidiva é mais frequente e pode evoluir para a forma mucosa anos após a primeira manifestação.

Para a leishmaniose visceral, o tratamento está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo a anfotericina B lipossomal a opção mais eficaz. Apesar de ter alto custo, é fornecida gratuitamente. A reincidência nessa forma é rara, ocorrendo, em geral, apenas em pacientes com comprometimento do sistema imunológico, como aqueles com HIV, doenças autoimunes ou câncer.

Precaução

A prevenção é baseada no combate ao mosquito transmissor e no controle dos cães infectados, principais reservatórios urbanos da doença. Entre as medidas recomendadas estão o uso de repelentes, mosquiteiros e telas em áreas de risco, acompanhamento veterinário dos animais e notificação imediata de casos suspeitos à vigilância sanitária.

“É mito que o cão transmita a doença diretamente para o ser humano. A infecção ocorre quando o mosquito pica um animal infectado e, em seguida, pica a pessoa”, esclarece a médica.

Vivian reforça que, ao notar lesões de pele que não cicatrizam ou sintomas como febre persistente, perda de peso e aumento do abdome, é fundamental procurar atendimento médico, pois quanto mais cedo o tratamento começar, maiores são as chances de cura e menores os riscos de complicações.

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